Lição 08 - A Face Oculta do Adultério

Texto Áureo: Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros, Deus os julgará 
 Hebreus 13.4



Texto Bíblico Básico: II Samuel 11.2,4-11




Imagine o prazer que o Criador sentiu ao criar o primeiro homem e a primeira mulher, para em seguida ensiná-los sobre o casamento as responsabilidades da vida a dois, e da vida familiar. Pense então na grande tristeza que sentiu quando homens e mulheres passaram a perverter-se e violarem seus compromissos conjugais. Imagine agora o Criador da humanidade observando a situação atual no mundo moderno - parceiros infiéis, lares partidos, filhos amargurados, emocionalmente feridos, uma mentalidade distorcida e permissiva, que diz: "Enquanto estiver gostando deste parceiro eu fico; se amanhã ou depois não estiver gostando, arrumo outro". Este Deus Criador não guardou silêncio nestas questões. Na sua Palavra, ele deixou diretrizes claras para o funcionamento do casamento, do lar e da família. E isso se aplica também aos adultério. 

DAVI, BATE-SEBA E URIAS

Quando se trata de adultério, a história de Davi e Bate-Seba, seus desdobramentos e devidas consequencias é a mais conhecida. Ela nos mostra que é muito comum vermos as pessoas fazerem suas escolhas sem pensar nas consequências que elas trarão. Para muitos, e talvez para nós mesmos, o que vale na hora da escolha é o prazer imediato e a vantagem que se obterá. A preocupação com as consequências e implicações é mínima ou, até mesmo, inexistente. Esse imediatismo, infelizmente, tem afetado muitas pessoas e não são poucos os crentes que seguem por esse caminho. O resultado são inúmeros conflitos e dramas familiares. A história de Davi e de seu adultério com Bate-Seba, serve para demonstrar que na vida não podemos fazer nossas escolhas de modo inconsequente. Todas as escolhas que fizermos trarão consequências, que podem ser boas ou ruins - a longo prazo - como no cado de Davi. Elas nos aproximarão ou nos afastarão de Deus.

Em 2 Samuel 11.1, temos o contexto em que Davi comete adultério com Bate-Seba: “…no tempo em que os reis costumam sair para a guerra […] Davi ficou em Jerusalém”. Tais palavras parecem uma crítica a atitude de Davi e apontam para as circunstâncias em que pecou. Ao que parece, Davi negligenciou as suas obrigações como rei de Israel. Ele deveria ter acompanhado seu exército, mas preferiu ficar em sua casa na ociosidade, a descansar e passear, enquanto seus homens estavam em batalha (veja o verso 2 e compare-o com os versos 1 e 11). A escolha de Davi foi determinada por sua atitude de negligenciar seus deveres como servo de Deus, visto que a posição que ocupava fora estabelecida pelo próprio Deus. O Senhor o havia ungido como rei para governar e estar à frente de Israel. Conforme 2 Samuel 11.2, em sua ociosidade e negligência, Davi ao olhar pelo terraço de sua casa avistou uma mulher, que era mui formosa, tomando banho. A narrativa dos fatos dá entender que Davi agiu de forma descuidada. Estava onde não deveria estar e olhou o que não podia olhar e cobiçou o que não era seu. Talvez, as grandes conquistas de Davi (narradas no livro de 2 Samuel, principalmente nos capítulos 8 a 12), a posição de segurança e o conforto que havia alcançado, tivessem “subido à sua cabeça”, e nesse momento o orgulho tomado conta de seu coração, a ponto de “baixar a guarda” espiritual de seu coração, ou seja, ele havia deixado de vigiar e esquecido que a carne é fraca (Mt 26.41; 1Co 10.12). A história do adultério de Davi nos ensina como é necessário cuidarmos de nossa vida espiritual, mantendo constante vigilância, para não fazermos escolhas erradas. Davi subestimou a sua natureza pecaminosa, esquecendo-se de que ainda era um pecador e precisava vigiar sempre. Se tivesse agido diferente, não teria tomado a decisão de olhar pelo terraço e mandar buscar para si a mulher que não era sua esposa.

Na vida as escolhas erradas que fazemos, sempre terão suas consequências. O que sucedeu com Davi e Bate-Seba é demonstração disto. Aprendemos na Bíblia que aquilo que semearmos isso ceifaremos (Gl 6.7). “Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna” (Gl 6.8). Davi e Bate-Seba semearam corrupção e tiveram que colher as consequências de seus atos. Isto porque de Deus não se zomba (Gl 6.7). Os homens podiam ignorar o que Davi e Bate-Seba fizeram, mas Deus que sonda os corações e conhece todas as coisas, sabia o que eles haviam feito (Sl 139). Nada ficou encoberto aos olhos do Senhor, que no tempo próprio enviou até Davi o profeta Natã, para repreendê-lo (2Sm 12.1-15).
Nas palavras do Senhor por intermédio do profeta Natã, as ações pecaminosas de Davi e as suas escolhas erradas, teriam consequências que afetariam tanto ele como a Bate-Seba e a sua família, por um longo período da vida deles. Situações surgiriam como resultado do pecado deles, mas também como manifestação do juízo de Deus por causa de suas transgressões. Davi demonstrou-se arrependimento pelo que fez, foi perdoado (2Sm 12.13), mas ainda assim teve de enfrentar as consequências das suas escolhas. Primeiro, foi a morte do filho que Bate-Seba estava gerando: “o SENHOR feriu a criança que a mulher de Urias dera à luz a Davi; e a criança adoeceu gravemente” e “ao sétimo dia morreu a criança” (2Sm 12.15,18). Depois, surgiram outras consequências. O Senhor por intermédio do profeta Natã, profetizou que a espada jamais se afastaria da casa de Davi. Assim como Urias foi morto de forma violenta, assim também a violência não se apartaria da casa de Davi. Então, tempos depois, seu filho Absalão, assassinaria seu próprio irmão Amnom, como vingança, por ter este estuprado a irmã deles, Tamar (2Sm 13.1-36). Isso fez com que Joabe matasse Absalão (2Sm 18.14-15).

Mas estas não foram as únicas e trágicas consequências. Conforme as palavras do Senhor, da própria casa de Davi, seria levantado alguém que tomaria suas mulheres e se deitaria com elas à vista de todos (2Sm 12.11-12). Aquilo que o rei havia feito as escondidas, agora seria realizado as claras. Isso começou a se cumprir quando Absalão pôs fim a sua fuga, depois de matar seu irmão Amnom, retornando para sua casa. Ele se revoltou contra seu pai Davi, que teve de fugir por causa de sua conspiração, incitando o povo contra o rei. Então, Absalão deitou-se com as concubinas de Davi (2Sm 16.20-23). Davi enfrentou em tal situação grande angústia (Sl 3) visto que, era perseguido por seu próprio filho, que cessou de persegui-lo, somente depois que foi morto por Joabe, oficial do exército de Davi. Somente com a morte de seu filho, Davi teve seu reino restituído e pôde voltar para sua casa (2Sm 19.11-15).
A história de Davi e Bate-Seba, de suas escolhas erradas e consequências trágicas, permanece por todos os tempos, como um alerta para todo crente na hora de fazer suas escolhas. Para todas escolhas erradas existe um preço a ser pago. Dependendo das escolhas erradas que fizermos, o preço poderá ser alto demais, como foi o preço pago por Davi e Bate-Seba. Portanto, sabendo o quanto podemos ser inconsequentes em nossas escolhas, procuremos faze-las acertadamente sempre fundamentadas na Palavra de Deus.


A BÊNÇÃO DO PERDÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

A despeito dos pecados cometidos principalmente por Davi, e também por Bate-Seba, Deus os perdoou. O perdão foi declarado logo depois de Davi reconhecer sua culpa: “…disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás” (2Sm 12.13). Já foi demonstrado que Davi colheu consequências por causa de suas culpas. Isto quer dizer que receber perdão divino não implica na anulação das consequências das suas escolhas. No salmo 51, escrito por Davi quando o profeta Natã foi ter com ele, depois de haver ele possuído Bate-Seba, encontramos a confissão do rei de forma bastante detalhada, na qual reconhece suas culpas. Davi demonstra nesse salmo a certeza que tem de que Deus pôde perdoá-lo e restaurar sua vida, restituindo-lhe a alegria da salvação (Sl 51.12).

Se por um lado, a história de Davi serve como alerta de como podemos cair em tremenda transgressão e ruína espiritual, por outro, por maior que seja a nossa culpa, mesmo que seja na proporção da culpa de Davi, ou até maior, aprendemos sobre a grandeza da ação misericordiosa de Deus. Na descrição do perdão divino concedido a Davi, podemos entender a profundidade das palavras do profeta Jeremias: “As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade” (Lm 3.22-23). Por maior que seja a culpa de alguém, não é suficiente grande em comparação a grandeza do amor e misericórdia de Deus, que são manifestados em Cristo Jesus, mediante o seu sacrifício na cruz (Rm 5.1-11). Paulo diz que “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20). Por maior que fosse a culpa e os pecados de Davi, a graça do Senhor era muito maior, sendo poderosa para perdoá-lo e superar sua culpa. O perdão de pecados está disponível a todos que arrependidos confessarem os seus  pecados a Deus (1Jo 1.9). As Escrituras nos levam à certeza de que todas as vezes que confessarmos os nossos pecados, Deus em sua fidelidade e justiça, satisfeitas inteiramente em Cristo, nos perdoará. Davi foi perdoado imediatamente após ter reconhecido sua culpa (2Sm 12.13). É preciso, também, entender que a certeza do perdão de Deus não deve servir como licença para pecar (Rm 6.1-14). Ela serve de conforto e amparo para que, quando pecarmos, podermos recorrer a nosso Advogado e lhe suplicar auxílio e perdão (1Jo 2.1-2). Temos de nos esforçar para não fazermos   escolhas erradas, que nos levem ao pecado. Mas se pecarmos, temos a certeza confortadora do perdão. Além da bênção do perdão, Davi e Bate-Seba foram abençoados com um filho. Assim nasceu Salomão. Com esse nascimento seus pais foram consolados pela perda do primeiro filho. A essa criança o profeta Natã havia dado o nome de Jedidias, que significa literalmente “Amado do Senhor”. Este seria também alguém usado por Deus em seu serviço, pois se tornaria rei em lugar de seu pai e seria o responsável pela construção do templo de Jerusalém (2Cr 3.1-2). Salomão se destacou por sua grande sabedoria (2 Cr 1.7-13). O nascimento de Salomão é a demonstração de que Deus está sempre pronto a abençoar seus servos, a despeito de não merecerem nada de suas mãos. Podemos perceber como a graça de Deus supera nossos pecados e deméritos. Davi havia se arrependido, recebido o perdão e agora tinha a oportunidade, juntamente com Bate-Seba, de ser instrumento das bênçãos de Deus e alvo de sua graça.

O fato mais significativo relacionado ao nascimento de Salomão está em que dele descenderia Cristo Jesus. Isto é destacado por Mateus na genealogia que apresenta de Jesus: “Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias” (Mt 1.6). Nota-se que Mateus, inspirado pelo Espírito Santo ao escrever sobre a genealogia de Cristo, não deixou de lembrar que Salomão era filho de Davi com a mulher que fora esposa de Urias. Apesar do pecado de Davi e Bate-Seba, a graça do Senhor tornou possível, por meio deles, o nascimento daquele de quem descenderia o Messias.
Por meio desses fatos, que demonstram a bênção de Deus sobre Davi e Bate-Seba, somos encorajados e confortados, pois verificamos que os pecados perdoados do passado não podem interferir ou impedir que sejamos abençoados por Deus. Deus não mais se lembra das transgressões passadas praticadas por nós e perdoadas em Cristo. Assim não deixa de derramar sobre nós suas bênçãos.

O ADULTÉRIO À LUZ DA BÍBLIA




O diabo tem investido alto na grande missão de tornar o adultério algo comum, normal, aceitável por todos. Veja-se, por exemplo, os filmes, programas e em especial as novelas nacionais, o adultério esta sempre presente; transmitindo uma imagem de correto ou de solução para problemas conjugais; a forma que é traçada as cenas, induzem aos telespectadores a aceitar e a torcer pelo casal adultero. É o diabo plantando no subconsciente coletivo a idéia desta prática, é lamentável, mas, tem sido muito bem sucedido em suas investidas. No meio cristão, o adultério tem encontrado lugar, não é raro surgirem comentários estarrecedores desta prática em igrejas, abalando a boa moral da obra do Senhor. O que leva o servo do Senhor a cair em tais situações? A resposta mais acertada seria: “Falta de vigilância!”

 Em 16 de janeiro de 2002, a Revista Veja trouxe uma matéria de capa intitulada: Traição e Culpa.  Nesta matéria, a jornalista Daniela Pinheiro, apresenta alguns dados de uma pesquisa sobre traição feita pela antropóloga Mirian Goldenberg, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo a pesquisa, 60% dos homens entrevistados já foram infiéis; e 47% das mulheres entrevistas também já foram infiéis. O resultado apresentado por esta pesquisa é assustador. Pois, a cada 10 homens entrevistados, 6 já cometeram o ato de adultério e, entre mulheres, a cada 10 entrevistadas, 5 também já cometeram adultério. A cada ano cresce o número de casais que se divorciam. E um dos principais motivos por trás do divórcio é a traição. No Brasil, o Código Penal de 1940 classificava o adultério como um crime, punindo os adúlteros com até 6 (seis) meses de reclusão. Apenas em 2005, com a promulgação de Lei 11.106, que alterou diversos artigos do Código Penal de 1940, o adultério deixou de ser considerado um crime, no entanto, continua sendo causa válida para a dissolução do vínculo conjugal, como dispõe o artigo 1.573 do Código Civil Brasileiro. O adultério não anda sozinho. Ele sempre anda de mãos dadas com todo tipo de imoralidade e perversão sexual. O adultério é pecado. O Deus Eterno assim estabeleceu: não adulterarás (Êx 20.14). Por gerações, a igreja de Jesus tem militado para anunciar esta verdade a toda sociedade. Porém, há um grupo de pessoas que procura disseminar ainda mais a imoralidade sexual em nosso meio. Tais pessoas fazem uso pleno das principais mídias e redes sociais (sem medir esforços) para destilar seu veneno mortífero. Todo tipo de pecado relacionado à imoralidade sexual, como o adultério, é pecado e uma armadilha nas mãos do Diabo para destruir a família. A igreja de Jesus tem a nobre missão de anunciar a todos os povos o evangelho do Reino. E anunciar o evangelho do Reino de Jesus significa também dizer a todos os homens qual é a vontade de Deus revelada em Sua Palavra. 


1. Definição de Adultério. A palavra adultério vem da expressão latina “ad alterum torum” que significa “na cama de outro (a)”. O termo adultério pode ser usado tanto para definir a infidelidade em um relacionamento entre dois indivíduos em sua forma verbal, ou adjetiva como para se referir a algo que foi “fraudado” ou “falsificado” (adulterar/adulterado). No Novo Testamento, a palavra grega usada para descrever adultério é moicheuō, que também traz a mesma ideia do latim. Para o pesquisador bíblico Hans, o adultério significa: “quebrar, alterar, falsificar propositada e conscientemente o estado sadio do amor puro entre pessoas que assumiram publicamente o matrimônio”. Segundo Hans, a Bíblia diferencia duas formas o adultério: mental e corporal. O adultério mental ocorre no coração de uma pessoa quando ela deseja outra pessoa além do seu cônjuge – conforme Jesus ensina no sermão do monte, “Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já adulterou com ela” (Mt 5.28). Já o adultério corporal é a cobiça consumada pelo corpo. Em ambos os casos o adultério é pecado. O adultério é a desobediência ao sétimo mandamento da Lei divina – “Não adulterarás.”  (Êx 20.14). O adultério fere os ideais divinos para a família, a monogamia – “Portanto, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.” (Gn 2.24). Nesta desobediência, o transgressor (a), de maneira consciente, afronta o próprio Deus, rompendo os seus votos matrimoniais (firmados perante Deus e seus pais), unindo-se com outra pessoa além 

2. O adulterio no Antigo Testamento. Mesmo antes de os Dez Mandamentos serem entregues ao povo de Deus por intermédio de Moisés, os patriarcas já tinham consciência de que o adultério era pecado (Gn 39.9) – esta passagem bíblica narra José do Egito recusando-se a aceitar o assédio sexual da esposa de Potifar. Jó disse que o adúltero aguarda o crepúsculo para se esconder e encobrir os seus pecados (Jó 24.15). Por isso Jó, em sua defesa, diz aos seus amigos que havia feito um acordo com os seus olhos para não cobiçar moça alguma (Jó 31.1). A partir da entrega dos Dez Mandamentos, Deus documenta, ou seja, Deus dá ciência para o seu povo, que já era consciente, daquilo que Ele abomina como pecado, inclusive o adultério. A pena para o adultério, no Antigo Testamento, era a morte. (Nm 5.11-22 e 31). O historiador, Dr. Rops, diz que a definição de adultério para a mulher não era a mesma que era para o homem. Toda mulher infiel deveria ser considerada adúltera, porque ela quebrara a lei do Altíssimo, sendo falsa para com o marido, dando-lhe como herdeiro um filho que não era seu, e se contaminou. Os interesses da família exigiam a mais severa punição do adultério da mulher; mas a infidelidade do marido, por outro lado, não era tão enfatizada, desde que a sua má conduta não tinha efeito sobre a família. O adultério masculino só era crime se ele seduzisse uma mulher que estivesse noiva ou fosse casada, porque, então, estaria prejudicando a família de outrem. 

Encontramos muitas vezes Deus se dirigindo à nação de Israel com termos duros, como: prostituta (Is 1.21; Os 9.1); corruptos (Is 1.4); duros de coração (Jr 9.14); infiéis (II Cr 30.7); loucos (Ez 13.3). É interessante notar que Deus emprega a figura do adultério para se dirigir à nação de Israel: Deus expressa o sentimento de um marido fiel e amoroso que foi traído por sua esposa e que está disposto a lhe perdoar e restaurar o seu casamento com ela. Deus usou a vida do profeta Oseias para demonstrar esta verdade. Deus ordenou que ele se casasse com uma prostituta, lhe desse dignidade e amor, porém depois de ela receber tudo isto, ela o abandona e volta para a vida de prostituição de outrora, e mesmo assim, Oseias continuou amando e indo atrás dela para se reconciliar e restaurar o seu casamento – (Os 1-14). 

3. O adultério no novo testamento.  Nos dias de Jesus, alguns rabinos chegavam a comparar o adultério ao crime supremo do ateísmo. Por causa de uma visão corrompida da figura feminina dentro da criação divina, alguns líderes religiosos, nos dias de Jesus, se recusavam a falar em público com as mulheres – tudo para evitar qualquer tipo de difamação que causasse algum prejuízo a ele, o homem. Naqueles dias, falar com um ser feminino era proibido porque, ao falar, era necessário olhar para mulher e olhar para uma mulher era pecado. Tantos esforços para evitar olhar para uma mulher partiam do ponto de vista de que a mulher era apenas um ser sexual que seduzia o homem para o pecado. Jesus condena a prática do adultério (Mt 5.27-32). O Mestre condena o adultério sob um ponto de vista inteiramente diverso – considerando-o como uma contaminação da alma e um prejuízo à vida interior muito mais do que algo prejudicial aos interesses familiares. Em João capítulo oito (relato da mulher apanhada em adultério), Jesus não aboliu a Lei do adultério, que prevê a morte dos culpados por tal pecado (Lv 20.10). Naquele episódio, observa-se que: 1. Os líderes judeus queriam pôr Jesus à prova; 2. Apenas uma das partes envolvidas no adultério foi apresentada a Jesus; 3. Eles interpretaram a Lei erroneamente – “Moisés nos ordena que tais mulheres sejam apedrejadas” (v.5); a Lei diz: “Se um homem cometer adultério com a mulher de outro homem, com a mulher do seu próximo, tanto o adúltero quanto a adúltera terão que ser executados” (Lv 20.10). 4. A vítima – no caso o homem ou a família que sofreu o dolo - não se manifestaram; 5. Jesus diz à mulher: “Vá e não peques mais” (v.11). 

A exemplo do Antigo Testamento, em que Deus emprega muitas vezes a palavra adultério para se referir à apostasia da nação de Israel, no Novo Testamento, Deus usa a palavra grega porneia (que envolve vários pecados de imoralidade sexual) para chamar a atenção dos crentes em Jesus quanto ao seu comportamento (Tg 4.4; I Co 6.15-16). Os adúlteros fazem parte da lista daqueles que não herdarão o Reino de Deus. Nas Escrituras, os termos fornicação e adultério são sinônimos, e muitas vezes são empregados alternadamente. O mesmo se dá com outros termos bíblicos, tais como “alma” e “espírito”, “reino de Deus” e “reino dos céus”. O significado específico é muitas vezes determinado pelo contexto. No hebraico e no grego, a palavra fornicação abrange incesto, sodomia, prostituição, perversão e todos os pecados sexuais, cometidos tanto antes como depois do casamento. "Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus" (Gl 5.19-21). "Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus" (1 Co 6.19). "Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos — o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte" (Ap 21.8). "Fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira. (Ap 22.15) 


ADULTÉRIO VIRTUAL 

Com o advento da internet e das redes sociais, a humanidade começou a desfrutar de uma nova forma de relacionamento, o virtual. Através do relacionamento virtual as pessoas nutrem amizades, fazem contatos com os familiares e amigos distantes, transações comerciais, estudam, trabalham, compram, vendem etc. Mas também, através destes mecanismos de comunicação digital, muitas pessoas têm descoberto novas formas para promover o pecado. Uma delas, talvez a mais recorrente, seja o adultério virtual. O adultério virtual ocorre quando uma pessoa casada ou compromissada com outra nutre algum tipo de relacionamento íntimo com outra pessoa além do seu cônjuge. Este tipo de comportamento é pecado. Jesus disse: “todo aquele que olhar com desejo para uma mulher já cometeu adultério com ela no coração” (Mt 5.28). Outra forma que o inimigo usa para que homens e mulheres cedam ao adultério virtual é a pornografia. Em nossos dias, um grande desafio que temos como igreja é lutar contra a pornografia. A luta contra a pornografia é tanto individual como coletiva. Individual porque eu tenho que me posicionar e dizer NÃO. E coletiva porque a pornografia atinge todas as camadas da sociedade. A pornografia é a porta de entrada para o adultério. A Revista Galileu publicou uma matéria, em 2010, sob o título: O Pornô no Gráfico. Os jornalistas Denise Dalla Colletta e Alexandre Affonso apresentaram dados assustadores do impacto que a indústria pornográfica está produzindo no mundo. Os dados são: 

• 97 bilhões de dólares – foi o lucro da indústria pornográfica no ano de 2006 
• A cada segundo, são gastos US$ 3.075,64 = R$ 7.703.97; 
• 28.258 internautas veem pornografia a cada segundo;
• 15 minutos é a média de tempo que uma pessoa gasta vendo conteúdo pornográfico na rede; 
• 35% de todos os downloads feitos na internet são de material pornográfico; 
• Estima-se que 20% da pornografia on-line envolvam crianças; 
• 43% dos internautas afirmam assistir a material pornográfico na internet – 1 em cada 3 é mulher; 
• 10% dos consumidores de pornografia afirmam serem viciados nisso; 
• As palavras “sex” e “porn” – estão entre as cinco palavras mais buscadas por menores de 18 anos no Google; 
• No Brasil, no ano de 2006, foram gastos US$ 10 milhões em pornografia, uma média de US$ 20,00 por pessoa – R$ 46,00; 
• Todas as noites, a rede 3G no Japão fica congestionada devido ao trânsito de material pornográfico pelos celulares; 
• Por ano, são lançados cerca de 20.000 filmes pornográficos – Um filme a cada 39 minutos.

Outros dados sobre a pornografia e seus efeitos: 

• 2,5 bilhões é a quantidade de e-mails enviados por dia com conteúdo pornográfico – fonte: Revista Cristianismo Hoje; 
• 2,5 milhões de mulheres são vendidas a cada ano – vítimas do abuso sexual; 
• Cinema Nacional – no ano de 2013, o filme De Pernas para o Ar 2 levou cerca de 4 milhões de brasileiros às salas de cinema e arrecadou R$ 44 milhões;
• Literatura – A trilogia 50 Tons de Cinza, da escritora E. L. James, apelidado de “Pornô para Mamãe”, já vendeu 70 milhões de cópias no mundo. Estima-se que tenha gerado US$ 440 milhões; 
• Aplicativos – vários aplicativos de celular para pessoas que desejam sexo casual e sem compromisso estão sendo lançados a cada ano; 
• O mercado erótico está se adaptando para atingir o consumidor evangélico. Segundo matéria do jornal Folha de São Paulo, de 01/09/2013, uma vendedora de loja de artigos eróticos diz que 1 em cada 4 clientes é evangélico; 
• No ano de 2013, o Governo Federal gastou cerca de R$ 2.000.000,00, para uma campanha publicitária em favor do dia Internacional da Prostituta. 


ALERTA IGREJA!

O outdoor ilustrado abaixo, é da propaganda de um site especializado em adultério que tem muitos adeptos no Brasil; é uma espécie de rede social para quem pretende ter uma relação extraconjugal, de forma sigilosa, sem precisar enfrentar o desgaste de um divórcio. Feita a inscrição mediante uma taxa (que pode ser paga no cartão de crédito e que vem descrita na fatura como uma outra despesa qualquer), esse  site alinha os perfis de pessoas interessadas e é possível trair o cônjuge quando e por quanto tempo quiser. 




Fontes de Pesquisa:

 http://prgimenez.dominiotemporario.com
http://ultimato.com.br

Imagens Ilustrativas:

www.google.com

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