Lição 12 - Uma Órfã Movida Pela Coragem

Texto Áureo: "Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino:"  -Ester 4.14

Texto Bíblico Básico: Ester 2.5-9,16,17



ESBOÇO DO LIVRO DE ESTER

Autor: Não se sabe ao certo quem escreveu o livro de Ester, mas muitos acreditam que tenha sido Mardoqueu. Não encontramos o nome de Deus nenhuma vez neste livro, mas percebemos a atuação divina em cada parágrafo, cada lance da história, preservando  da morte os judeus. O livro de Ester nos mostra que para Deus não existe coincidência, e sim, providência. Aliás a história de Ester é conhecida como o "Romance da Providência", empregada para destacar a atuação divina em cada parágrafo.

Esfera de Ação: 483 a 473 a.C.

Cronograma: 

538 a.C. - Ciro decreta o retorno dos judeus
537 a.C. - Zorobabel retorna a Jerusalém com os primeiros exilados
483 a.C. - Xerxes torna-se rei da Pérsia
479 a.C. - Ester torna-se rainha
474 a.C. - O decreto de Hamã para destruir os judeus
473 a. C.- Primeira festa de Purim
458 a.C. - Esdras viaja a Jerusalém com o segundo grupo de exilados
445 a.C. - Neemias viaja a Jerusalém e reconstrói os muros

Personagens Principais: Ester, Mardoqueu, Assuero e  Hamã

Jesus no Livro: Nosso Advogado

Divisões do livro:

1. A Providência Divina na substituição da rainha (1.1-2.18)
2. A providência divina em meio a uma trama (2.19-4.17)
3. A providência divina no livramento do povo de Deus (5.1-9.32)
4. A providencia divina na exaltação de Mardoqueu (10.1-3)

O BANQUETE DO REI E A RAINHA VASTI

A história de Ester ocorreu entre um período entre a ida de Zorobabel e a de Esdras a Jerusalém, aproximadamente trinta anos antes da viagem de Neemias. Xerxes era filho de Dario I, era imperador da Pérsia que invadiu a Grécia, mas foi derrotado. A Pérsia estava no auge de sua glória, Assuero reinava sobre 127 províncias, desde a Índia até Etiópia. A capital do império era Susã.

Querendo mostrar a todos a sua riqueza, o rei Assuero deu um banquete a todos os príncipes e oficiais do império. Em outra ala do palácio a rainha Vasti deu um banquete às mulheres (v.9).

Na última semana, a festa estendeu-se a todo o povo. Já bastante embriagado, o rei não se contentou em exibir sua glória e riqueza. Quis mostrar também a beleza de sua esposa. Vasti foi convocada a mostrar sua beleza diante dos convidados. Ela recusou o convite e essa atitude gerou controvérsias entre os conselheiros do rei. Receosos de que a desobediência da rainha desacreditasse todos os homens do reino diante de suas esposas, eles depuseram Vasti e procuraram outra rainha para substituí-la. Isso fez com que Ester entrasse em cena.

Explicam os historiadores, que as esposas Persas eram proibidas de se mostrar as olhares públicos, mas as concubinas e prostitutas expunham -se á indecência. Fica-se então a dúvida: Vasti recusou-se por recato, ou pelo orgulho de não ser tratada como uma concubina O fato é que Deus em sua providência, já vinha coordenando todos os acontecimentos para colocar Ester numa posição estratégica.

A ASCENSÃO DE ESTER





Ester é também conhecida como Hadassa, e era uma jovem judia da tribo de Benjamim, cujos pais morreram na época do exílio babilônico. Foi criada por seu primo, chamado Madoqueu (Et 2.5-7). Estavam entre os judeus que habitavam na fortaleza de Susã, sob o reinado de Assuero (Xerxes). A vida de Ester nudou quando a rainha recusou-se a mostrar sua beleza durante um banquete oferecido pelo rei. Devido a essa atitude de rebelião, Vasti foi banida da casa real e iniciou-se a procura por uma jovem bonita e virgem que ocupasse seu lugar. Depois de doze meses de tratamento de beleza e treinamento, Ester foi eleita pelo rei como a mais linda jovem entre todas as que foram apresentadas; escolhida como a mais nova rainha, não divulgou, contudo, sua origem judaica.

Ester foi levada ao palácio, onde fez o tratamento de beleza. Tão logo chegou, Hegai, o responsável pela guarda das mulheres, notou-lhe a beleza e lhe deu o que havia de melhor (2.8,9,12). Podemos ver mão de Deus trabalhando através de Hegai.
Seguindo o conselho de seu primo, Ester não contou que era judia (2.10,20). Além do preconceito racial, ela pertencia a um povo que fora escravizado na Babilônia. Mardoqueu não queria que a vissem como uma jovem cativa, ou poderiam desprezá-la ou maltratá-la.
No momento em que foi apresentada ao rei, a graça e a beleza de Ester encantou a todos. E o rei a amou mais do que a todas as mulheres. Pôs-lhe na cabeça a coroa real e a fez rainha no lugar de Vasti. Deu um banquete em sua homenagem e distribuiu presentes. 



Ester floresceu em sua nova posição, assim com seu primo Mardoqueu.  O cuidado de Deus até mesmo no exílio e sob um governo pagão, é visto claramente na maneira como usou Ester e Mardoqueu para preservar seu povo. Os dois primos prestaram seus serviços ao rei Assuero e a Deus com fidelidade e honra, e conquistaram assim o respeito de todos. 

MARDOQUEU E A CONSPIRAÇÃO DE HAMÃ

Depois da série de acontecimentos citados acima, Mardoqueu distinguiu-se quando descobriu que dois guardas planejavam matar o rei. Contou a Ester, e esta avisou a Assuero. Os conspiradores foram enforcados, e o fato, registrado (2.21-23). Mardoqueu não foi recompensado no momento, mas isto também estava nos planos de Deus. 

Hamã era o mais alto oficial da corte, e os problemas para Mardoqueu começaram quando este se recusou a curvar-se diante de Hamã, que, furioso, vingativo, tramou um modo de matar todos os judeus. Fez o rei acreditar que eram súditos desleais, e despertou-lhe a cobiça para a riqueza dos judeus. O dia da matança, sorteado através de um jogo semelhante ao de dados, foi marcado para dali um ano (3.1-15). Era tempo suficiente para Ester agir e frustrar o plano de Hamã. Certamente a providência divina interferiu na escolha da data.

Mardoqueu não achava que Hamã merecesse tanta honra. Além disso, curvar-se diante de um homem seria deslealdade a Deus. O cativeiro curara os judeus da idolatria; eles aprenderam a lição, e não se inclinariam diante de nada nem de ninguém além de Deus.
A fidelidade de Mardoqueu para com seu próprio povo e seu compromisso com a soberania de Deus nas questões do seu povo são vistas claramente na resposta que deu a Ester, ao tentar persuadi-la a ir diante do rei para interceder pelos judeus: "Pois se de todo te calares agora, socorro e livramento de outra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis. E quem sabe se não foi para tal tempo como este que chegaste ao reino" (Et. 4.14).

O DILEMA DE ESTER

Como poderia Ester falar com o rei se havia um mês que ele não a chamava para estar com ele , de se ninguém podia comparecer diante do rei sem ser chamado? Caso se apresentasse sem um convite, poderia ser morta. Não era fácil porém Ester prontificou-se a falar com Assuero, "Se morrer, morri". Pediu que todos os judeus jejuassem e orassem durante três dias. Ela e sua dama de companhia também o fizeram (4.11-17).

Após o jejum, Ester enfeitou-se e apresentou-se ao rei. Sua beleza o comoveu,  e ele apontou para ela o cetro, livrando - a da morte. Ela então o convidou para um banquete, juntamente com Hamã. Enquanto comiam, Ester convidou-os para um segundo banquete no dia seguinte (5.1-8).

Naquela noite, o rei perdeu o sono e mandou trazer o livro com os registros do reino e pediu que lessem para ele. Ele ouviu então que Mardoqueu havia denunciado um plano para matá-lo mas que ainda não havia sido recompensado. Enquanto o restante do império dormia, a providência divina estava em ação. Finalmente Mardoqueu seria recompensado. Hamã sentia-se tão especial que não imaginava outra pessoa, além dele próprio, sendo honrada pelo rei. Então, toda a homenagem que ele desejou que fosse feita para si, o rei mandou que fosse feita a Mardoqueu (6.6.14).

Hamã, que planejava sugerir ao rei que mandasse enforcar Mardoqueu, entrou no pátio externo do palácio exatamente naquele momento. O rei mandou chamá-lo e então lhe perguntou: "O que se deve fazer ao homem que o rei tem  o prazer de honrar? (6.6). Concluindo que o rei estava se referindo a ele, Hamã respondeu que esse homem deveria ser conduzido a cavalo pelas ruas da cidade. O rei ordenou então a Hamã: "Vá depressa apanhar o manto e o cavalo e faça ao judeu Mardoqueu o que você sugeriu" (6.10). A providência de Deus muitas vezes vem com uma certa dose de ironia. Os papéis dos dois homens foram invertidos. Hamã foi humilhado, Mardoqueu honrado.

ESTER LIBERTA OS JUDEUS

Ester denunciou o complô de Hamã contra o seu povo durante o banquete e pediu ao rei que poupasse os judeus do extermínio. Furioso, Assuero levantou-se da mesa e foi para o jardim enquanto Hamã lançava-se aos pés de Ester e implorava misericórdia. O rei voltou e pensou que ele desejasse molestar sua esposa; ordenou então que Hamã fosse morto imediatamente, numa forca que preparara para Mardoqueu (Et 7). O rei então atendeu o pedido de Ester  e assinou um decreto paralelo, pelo qual os judeus recebiam autorização para se defenderem. Eles sobreviveram e agradeceram por aquele dia e pela vitória sobre Hamã numa festa chamada Purim. A esposa de Hamã chamava-se Zeres, e seus filhos mais tarde foram todos mortos pelos judeus.

A FESTA DE PURIM

Os capítulos de 8 a 10 vemos como a situação mudou a favor dos judeus e como Mardoqueu ficou com o posto e os bens de Hamã. O livramento que Deus dera ao seu povo foi comemorado com a festa de Purim - dois dias de festejos e trocas de presentes. 

Purim vem de "Pur", prática usada por Hamã para para lançar sorte e determinar o dia da destruição dos judeus. Até hoje os judeus celebram a festa de Purim. Em dado momento da comemoração, é feita a leitura do livro de Ester, em voz alta. Cada vez que o nome de Hamã e citado, as vaias se elevam: "Que o nome de Hamã seja apagado!"

REFLEXÃO: O PLANO PERFEITO DE DEUS

Antes do começo dos tempos, Deus sabia dos eventos que envolveriam a vida de Assuero, Mardoqueu, Hamã e Ester; que Ester se tornaria rainha e que, por fim, seria usada para salvar o seu povo. Cada detalhe era parte do plano providencial de Deus  -um plano cuja culminação vemos nos capítulos seguintes. A precisão e o momento perfeito da execução deste plano são muito claros agora. Mas dá para imaginar-se no meio daquela situação? Os judeus certamente sentiram-se perdidos e apavorados - imagine então Ester! Quantas vezes olhamos nossas circunstâncias e nos perguntamos: O que Deus está fazendo? Como pode algum bem sair disso? Porém Deus vê a situação como um todo. E com perfeição requintada, seus caminhos vão se revelando um passo de cada vez. O tempo de Deus é perfeito. Ele vê o amanhã como nós vemos o ontem. Seus planos tem um propósito, ainda que não tenhamos a mesma perspectiva de Deus sobre eles. Nosso desafio, é confiar Nele. Fonte: A Bíblia da Mamãe - Sociedade Bíblica do Brasil

FONTES DE PESQUISA:

Livro: Quem é Quem na Bíblia Sagrada - Ed. Vida

Revista: Adolescentes Vencedores n. 08-"Panorama dos Livros Históricos" - Ed. CPAD


IMAGENS ILUSTRATIVAS:

Google

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