Galera de Cristo 12 - Não Pare!



"Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé" - II Timóteo 4.7

Hora da Verdade: I Coríntios 9.24-27; Filipenses 2.14-16; Hebreus 12.1


PAPO SÉRIO

A CARREIRA CRISTÃ

Era domingo, 24 de agosto de 2004, Jogos Olímpicos de Atenas. O atleta brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima liderava boa parte de uma corrida, quando próximo da linha de chegada, alguém furou o bloqueio da torcida e se agarrou a ele com a intenção de impedi-lo de chegar. Ele conseguiu se desvencilhar, e mesmo machucado, com dor, ele terminou a prova, cruzou a linha de chegada e ficou com a medalha de bronze. Sua determinação o tornou mais conhecido mundialmente do que o vencedor propriamente dito. Espiritualmente acontece da mesma forma. Durante a caminhada temos que nos desvencilhar 0P

O escritor aos Hebreus compara a nossa carreira cristã a uma corrida: "Portanto, nós que estamos rodeados por uma tão grande nuvem de testemunha, deixemos todo o embaraço e o pecado que de perto nos rodeia, e  corramos com perseverança a carreira que nos está proposta (Hb 12.1).

Note que todo atleta tem um foco, sempre uma prova a vencer. Ele é determinado, fica concentrado em determinado lugar com o objetivo de se preparar; todo o atleta tem uma vida regrada, sem vícios ou hábitos negativos que venham a comprometer o seu desempenho, alimentação saudável, e quando não está competindo, está treinando, se exercitando, a fim de se manter em condições de competir. Esse é o preço que todo atleta disposto a vencer e a ter uma carreira vitoriosa paga. Se ele se descuidar, se alimentar mal, não se exercitar, ou perder o foco, por exemplo, sua carreira estará seriamente comprometida.

Após relatar a luta e vitória dos heróis e heroínas da fé do Antigo Testamento, o autor de Hebreus direciona o olhar de seus leitores para o Campeão dos campeões, Jesus.

PORQUE DEVEMOS PARTICIPAR DA CORRIDA CRISTÃ?

Devemos participar da corrida cristã por três motivos básicos:

(1) Ela é determinada por Deus.

 O texto bíblico diz: "corramos... a carreira que nos está proposta". É o próprio Deus quem a propõe. O próprio Deus é quem a estabelece para nós e é quem nos capacita a corrê-la com triunfo (compare I Co 15.10; II Co 3.5). Nesta corrida, nunca estaremos sós e nunca seremos deixados à própria sorte, pois, de outro modo, estaríamos todos condenados à destruição. Quem está apto a correr por suas próprias forças a corrida da fé? Ninguém! A corrida que Deus propõe é a corrida da graça que nos capacita para a vitória. Além disso, estando determinada por Deus, ninguém, sendo cristão autêntico, ficará fora dessa corrida. Deus a determinou para todos nós. Semelhantemente, uma vez que corremos a corrida da graça de Deus, nada é tão forte que possa nos desviar do objetivo de completá-la.

2) A segunda razão porque devemos correr a corrida cristã, é porque ela é incentivada pelos heróis da fé.
O autor aos Hebreus nos relata que “temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas”. Além do próprio Deus como maior interessado em que sejamos vencedores nesta corrida (porque nós seremos salvos e Deus glorificado), temos a rodear-nos “tão grande nuvem de testemunhas”. Esta grande nuvem de testemunhas significa aqueles grandes exemplos de fé que o escritor sagrado acabara de citar no capítulo 11. Pensemos, então, num herói como Abel que pela fé “ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela (da fé), também mesmo depois de morto, ainda fala” (Hb 11.4). E por aí segue exemplos como os de Noé, Abraão, Raabe, etc. Entretanto, em que sentido os homens e mulheres de Deus do Antigo Testamento são testemunhas para nós que corremos hoje? F. F. Bruce responde: “Provavelmente não no sentido de espectadores, observando seus sucessores enquanto correm a corrida na qual entraram; mas no sentido que por sua lealdade e perseverança deram testemunho das possibilidades da vida da fé” (Bruce, La epístola a los hebreus, Nueva Creación, Buenos Aires, 1987, p. 349).
3) O terceiro motivo porque devemos correr a corrida que nos está proposta é porque é ela uma corrida inspirada na vitória de Cristo.
“Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não fatigueis, desmaiando em vossas almas” (Hb 12.3). Pouco antes o autor de Hebreus diz que Cristo “suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia” (Hb 12.2). Quantas e quantas vezes não somos tentados a desistir dessa corrida? Às vezes parece que a nossa linha de chegada nunca será alcançada. Se olhamos para trás corremos o risco de tropeçar e cair, se corremos de cabeça baixa arriscamos não ver quão perto possa estar a nossa chegada. A corrida cristã é dura, mas a chegada é certa! Portanto, ergamos os nossos olhos para o horizonte e contemplemos Jesus Cristo. Quanta dor, quantas aflições Ele passou , porém, que vitória espetacular! Pois Ele suportou tudo sem nunca deixar de correr. É isso que o autor aos Hebreus pede que façamos: “Não desanimem, olhem para Jesus”. É difícil viver nesse mundo de pecado, sendo constantemente cirandado pelo diabo, pelo mundo e pela nossa própria carne. Contudo, Cristo venceu para nos ajudar a vencer. Ele é nosso maior exemplo e incentivador. Então, levante a cabeça porque você é de Deus e vai vencer, por maiores que sejam os obstáculos desta sua corrida. Não desanime, o Senhor está com você e o sustentará.
COMO DEVEMOS CORRER A CORRIDA CRISTÃ
Desembaraçando-nos de todo peso. É importante não perdermos de vista a figura dos atletas dos jogos olímpicos. Para nosso objetivo, trata-se daqueles atletas que praticam uma das modalidades mais antigas das olimpíadas, a prova de velocidade. Portanto, são velocistas correndo a prova dos 100 ou 200 metros, com barreira.
Segundo os estudiosos dos tempos bíblicos, quando os atletas estavam treinando para as olimpíadas, eles costumavam vestir roupas pesadas e amarrar pequenos pesos nos tornozelos. Porém, no dia da corrida propriamente dita, as roupas pesadas e as tornozeleiras eram tiradas. Isto dava a sensação de leveza que, dentre outras coisas, garantia a vitória.
O autor aos Hebreus também fala de peso. “Desembaraçando-nos de todo peso”, diz ele. Que peso é esse que o escritor nos pede para desembaraçar? Quais as implicações do mesmo para a corrida cristã? Antes de tudo, notemos que peso aqui não é o pecado, pois sobre ele (o pecado) o escritor sagrado fala depois. Portanto, peso significa aqui tudo aquilo que na vida cristã impede o nosso bom relacionamento com Deus e, conseqüentemente, com o próximo. Não é o pecado propriamente dito, mas pode facilmente levar a ele se não vigiarmos e orarmos. Por exemplo, namorar não é pecado, mas um namoro pode servir de peso na vida do casal que se descuida do compromisso com Deus e de Sua Palavra. Assistir TV em si não é pecado, porém, a televisão pode tomar (e como toma!) o tempo precioso de dedicação a Deus. E por aí vai…
E do pecado que tenazmente nos assedia. Além do peso que devemos nos desfazer, ainda é necessário, para que corramos bem, nos desembaraçar do “pecado que tenazmente nos assedia”.O pecado sempre está às portas. Não foi isso que Deus disse a Caim? (Gn 4.7). E do mesmo modo que a ele foi ordenado, também cumpre a nós dominá-lo. Tem que ser assim porque o pecado faz separação entre nós e Deus (cf. Is 59.2). Por isso devemos orar para que Deus não nos deixe cair em tentação. A queda rompe o bom relacionamento com o Espírito Santo que em nós habita. Na corrida olímpica quem não pula os obstáculos será desclassificado, mesmo se chegar em primeiro lugar. Na corrida cristã nunca correremos bem se tivermos o pecado como nosso treinador.
Devemos correr com perseverança. Alguém disse com acerto que “a persistência é a alma da conquista”. Nada que seja verdadeiramente útil nesta vida é adquirido sem perseverança. Se queremos fazer bem feito e atingir os nossos objetivos na vida, então temos que trabalhar a ponto de exaustão. Esta ideia de trabalho a ponto de exaustão é muito comum em Paulo, veja por exemplo, I Co 9.24-27. Quando o atleta olímpico estava disputando a corrida com seu adversário, ele colocava toda força no enrijecimento de seus músculos. As dores também eram terríveis, superadas somente pelo ideal de vencer. Na corrida cristã, meu amigo, o lema é vencer ou vencer. Não há lugar para perdedores no reino dos céus. Garanta o seu lugar porque Deus não correrá por você. É verdade que Ele nos capacita, nos incentiva, etc., mas a corrida é nossa. Deus não correrá por mim e nem por você. O escritor sagrado é claro nisso quando diz com o imperativo verbal, “corramos”! Corramos com perseverança a carreira que nos está proposta.
Olhando firmemente para Jesus. O modo correto para se correr bem é exatamente este: “Olhando firmemente para Jesus”. Eu diria que aqui está a parte mais importante da corrida. E por que? Porque quando nós corremos olhando firmemente para Jesus não há tempo para ocupações triviais da vida e muito menos tempo para pecar. Corremos com confiança. Além disso, voltamos o nosso olhar para Aquele que é o maior vencedor e maior incentivador da corrida cristã. Jesus é, por assim dizer, o torcedor principal no estádio, pois somente Ele é o nosso Autor e Consumador da nossa fé. E o que isso quer dizer? Quer dizer que como Autor Jesus “preparou o caminho da fé com triunfo diante de nós, abrindo assim um caminho para os que O seguem”. Como Consumador da fé Ele é “o completador e aperfeiçoador; no sentido de levar uma obra até o fim, não por decurso de prazo”.
Enquanto estivermos correndo olhando para Jesus estaremos garantindo nossa vitória nas olimpíadas da fé.



Que Deus faça de você um grande campeão e vencedor em Cristo Jesus. Amém!
FONTES DE PESQUISA
http://www.sermao.com.br/sermoes/a_corrida_crista_por_que_e_como_devemos_corre_la/ > Acessado em 07/12/2015

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