Lição 10 - Livro de Provérbios Parte II (Pv 10.1-22.16)



"O caminho do Senhor é fortaleza para os retos, mas ruína virá aos que praticam a iniquidade.O justo nunca será abalado, mas os ímpios não habitarão a terra".  Provérbios 10.29,30

Texto Bíblico Básico: Provérbios 10.1-22.16




A TEOLOGIA DA SABEDORIA

O conhecimento é nada mais do que uma acumulação de fatos brutos, mas a sabedoria é a capacidade de ver as pessoas, eventos e situações como Deus os vê. No Livro de Provérbios, Salomão revela a mente de Deus em assuntos superiores e nobres, assim como em assuntos ordinários e situações cotidianas. Parece que nenhum assunto escapou à atenção do rei Salomão. Questões relativas à conduta pessoal, relações sexuais, negócios, prosperidade, amor, ambição, disciplina, dívidas, educação infantil, caráter, álcool, política, vingança e piedade estão entre os vários temas abordados neste rica coleção de provérbios.


Versículos-chave: Provérbios 1:5: “Ouça o sábio e cresça em prudência; e o instruído adquira habilidade.”



Provérbios 1:7: “O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino.”



Provérbios 4:5: “adquire a sabedoria, adquire o entendimento e não te esqueças das palavras da minha boca, nem delas te apartes.”



Provérbios 8:13-14: “O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço. Meu é o conselho e a verdadeira sabedoria, eu sou o Entendimento, minha é a fortaleza.”



Resumo: Resumir o livro de Provérbios é um pouco difícil, pois ao contrário de muitos outros livros da Bíblia, não há nenhuma conspiração ou enredo encontrado em suas páginas; da mesma forma, não existem personagens principais do livro. A sabedoria é o seu foco - uma sabedoria grande e divina que transcende toda a história, povos e culturas. Mesmo uma leitura superficial deste tesouro magnífico revela que os provérbios do sábio rei Salomão são tão relevantes hoje como eram há cerca de três mil anos atrás.



Prenúncios: O tema da sabedoria e da sua necessidade em nossa vida encontra o seu cumprimento em Cristo. Somos continuamente exortados em Provérbios a buscar, adquirir e compreender sabedoria. Provérbios também nos diz - e repete - que o temor do Senhor é o princípio do saber (1:7, 9:10). Nosso temor da ira e justiça do Senhor é o que nos leva a Cristo, nEle encontramos a personificação da sabedoria de Deus expressa no Seu glorioso plano de resgate para a humanidade. Em Cristo “todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Colossenses 2:03). NEle encontramos a resposta à nossa busca por sabedoria, o remédio para o temor da justiça de Deus e a “justiça, e santificação e redenção” de que tanto precisamos (1 Coríntios 1:30). A sabedoria encontrada somente em Cristo está em contraste com a loucura do mundo que nos incentiva a sermos sábios aos nossos próprios olhos. Sendo assim, Provérbios também nos diz que o caminho do mundo não é o caminho de Deus (Provérbios 3:7) e só leva à morte (Provérbios 14:12 e 16:25).



Aplicação Prática: Há uma inegável praticidade encontrada neste livro, pois em seus trinta e um capítulos encontramos respostas sensatas a todos os tipos de dificuldades complexas. Provérbios certamente é o melhor “manual” já escrito e aqueles que têm o bom senso de seguir de coração as lições de Salomão vão descobrir rapidamente que piedade, prosperidade e contentamento estão disponíveis aos que pedem.



A promessa recorrente do Livro dos Provérbios é que aqueles que escolhem obter sabedoria e seguir a Deus serão abençoados de várias maneiras: com longa vida (9:11), prosperidade (2:20-22), alegria (3:13-18) e bondade de Deus (12:21). Aqueles que O rejeitam, por outro lado, sofrem vergonha e morte (3:35, 10:21). Rejeitar a Deus é escolher loucura à sabedoria e é separar-nos de Deus, Sua Palavra, Sua sabedoria e bênçãos.

A PRIMEIRA COLEÇÃO DE PROVÉRBIOS: TÓPICOS POPULARES


O propósito benéfico de Provérbios está declarado nos primeiros versículos: “Para se conhecer sabedoria e disciplina, para se discernirem as declarações de entendimento, para se receber a disciplina que dá perspicácia, justiça e juízo, e retidão, para se dar argúcia aos inexperientes, conhecimento e raciocínio ao moço.” (1:2-4) Em harmonia com tal propósito declarado, o livro salienta o conhecimento, a sabedoria e a compreensão, cada uma dessas qualidades sendo proveitosa do seu próprio modo. 


(1) O conhecimento é a maior necessidade do homem, pois não lhe é salutar ficar na ignorância. É impossível adquirir conhecimento exato sem o temor de Deus, pois tal temor é o início do conhecimento. O conhecimento é preferível ao ouro fino. Por quê? Porque, mediante o conhecimento, os justos são libertados; ele nos refreia de cair no pecado. Quão necessário é buscá-lo, assimilá-lo! É precioso. Portanto: “Inclina teu ouvido e ouve as palavras dos sábios, para que fixes teu próprio coração no meu conhecimento.” — 22:17; 1:7; 8:10; 11:9; 18:15; 19:2; 20:15. 



(2) A sabedoria, quer dizer, a habilidade de usar corretamente o conhecimento para o louvor do Senhor Deus, “é a coisa principal”. Adquira-a. A Fonte dela é Deus. A sabedoria vivificadora tem seu início no conhecimento e no temor do Senhor Deus — esse é o grande segredo da sabedoria. Portanto, tema a Deus, não ao homem. A sabedoria personificada faz uma proclamação, instando com todos para que endireitem os seus caminhos. A sabedoria grita em voz alta nas próprias ruas. Deus chama a todos os inexperientes e os faltos de coração para que se voltem e se alimentem do pão da sabedoria. Serão então felizes com o temor de Deus, mesmo que possuam pouco. Muitas são as bênçãos da sabedoria; grandemente proveitosos são os seus efeitos. A sabedoria e o conhecimento — os elementos fundamentais preliminares para se adquirir reflexão, que é uma salvaguarda. Como o mel é benéfico e agradável ao paladar, assim é a sabedoria. É mais preciosa do que o ouro; é árvore de vida. Os que não possuem sabedoria perecem, pois a sabedoria preserva a vida; ela significa vida. — 4:7; 1:7, 20-23; 2:6, 7, 10, 11; 3:13-18, 21-26; 8:1-36; 9:1-6, 10; 10:8; 13:14; 15:16, 24; 16:16, 20-24; 24:13, 14. 



(3) Além do conhecimento e da sabedoria, é de suma importância adquirir a compreensão; por conseguinte, “com tudo o que adquirires, adquire compreensão”. A compreensão é a habilidade de ver uma coisa nos seus elementos e na sua relação; isto significa discernimento, tendo-se sempre em mente a Deus, pois o homem não pode estribar-se na sua própria compreensão. É absolutamente impossível alguém ter compreensão ou discernimento, se as suas obras estiverem em oposição a Deus! Precisamos buscar diligentemente a compreensão como um tesouro escondido, a fim de a possuirmos. Para adquirirmos compreensão, precisamos ter conhecimento. Quem se empenha em adquirir conhecimento é recompensado, e a sabedoria se acha diante dele. Pode evitar as inumeráveis armadilhas do mundo, tais como das incontáveis pessoas más que poderiam procurar enlaçá-lo a andar com elas no caminho das trevas. Sejam dadas graças ao Senhor Deus — a Fonte do vitalizador conhecimento, sabedoria e compreensão! — 4:7; 2:3, 4; 3:5; 15:14; 17:24; 19:8; 21:30. 



(4) Conforme o objetivo benéfico de Provérbios, o livro apresenta uma abundância de sábios conselhos inspirados, que nos ajudam a adquirir a compreensão, e resguardam nosso coração, “pois dele procedem as fontes da vida”. (4:23) Segue-se uma seleção de conselhos sábios, acentuados do começo ao fim do livro. 



Contraste entre os iníquos e os justos: Os iníquos serão apanhados nos seus caminhos pervertidos, e seus tesouros não os salvarão no dia do furor. Os justos se colocam no caminho da vida e serão recompensados por Deus. — 2:21, 22; 10:6, 7, 9, 24, 25, 27-32; 11:3-7, 18-21, 23, 30, 31; 12:2, 3, 7, 28; 13:6, 9; 14:2, 11; 15:3, 8, 29; 29:16. 



A necessidade de retidão moral: Salomão avisa constantemente contra a imoralidade. Os adúlteros receberão uma praga, bem como desonra, e o seu vitupério não será apagado. “Águas furtadas” podem parecer doces para um jovem, mas a prostituta desce à morte e arrasta consigo suas vítimas inexperientes. Os que caem no profundo abismo da imoralidade são condenados por Deus. — 2:16-19; 5:1-23; 6:20-35; 7:4-27; 9:13-18; 22:14; 23:27,28. 



A necessidade de autodomínio: A bebedice e a glutonaria são condenadas. Todos os que desejam ter a aprovação de Deus precisam praticar moderação no comer e no beber. (20:1; 21:17; 23:21, 29-35; 25:16; 31:4, 



(5) Os que são vagarosos em se irar são abundantes em discernimento e maiores do que um homem poderoso que captura uma cidade. (14:17, 29; 15:1, 18; 16:32; 19:11; 25:15, 28; 29:11, 22) O autodomínio é necessário também para se evitar a inveja e o ciúme, sendo este podridão para os ossos. — 14:30; 24:1; 27:4; 28:22. 



O uso sábio e o uso insensato da língua: A fala pervertida, o caluniador, a testemunha falsa e o falsificador serão descobertos, pois são detestáveis a Deus. (4:24; 6:16-19; 11:13; 12:17, 22; 14:5, 25; 17:4; 19:5, 9; 20:17; 24:28; 25:18) Se a boca de alguém fala coisas boas, é fonte de vida; mas a boca do insensato o precipita à ruína. “Morte e vida estão no poder da língua, e quem a ama comerá os seus frutos.” (18:21) A calúnia, a fraude, a lisonja e as palavras irrefletidas são condenadas. Falar a verdade e honrar a Deus é o caminho da sabedoria. — 10:11, 13, 14; 12:13, 14, 18, 19; 13:3; 14:3; 16:27-30; 17:27, 28; 18:6-8, 20; 26:28; 29:20; 31:26. 



A tolice do orgulho e a necessidade de humildade: O orgulhoso se eleva a uma posição que realmente não deve, de modo que sofre uma queda desastrosa. Deus detesta os que são de coração altivo, mas dá aos humildes sabedoria, glória, riquezas e vida. — 3:7; 11:2; 12:9; 13:10; 15:33; 16:5, 18, 19; 18:12; 21:4; 22:4; 26:12; 28:25, 26; 29:23. 



Diligência, não indolência: Muitas são as descrições do preguiçoso. Ele devia ir ter com a formiga para aprender uma lição e se tornar sábio. Quanto ao diligente — este prosperará! — 1:32; 6:6-11; 10:4, 5, 26; 12:24; 13:4; 15:19; 18:9; 19:15, 24; 20:4, 13; 21:25, 26; 22:13; 24:30-34; 26:13-16; 31:24, 25. 



A boa associação: É loucura associar-se com os que não temem a Deus, com os iníquos ou estúpidos, com pessoas irascíveis, com mexeriqueiros ou com glutões. Antes, busque a companhia de pessoas sábias, e adquirirá mais sabedoria. — 1:10-19; 4:14-19; 13:20; 14:7; 20:19; 22:24, 25; 28:7. 



A necessidade de repreensão e de correção: “Deus repreende aquele a quem ama”, e os que aceitam essa disciplina estão no caminho da glória e da vida. Quem odeia a repreensão chegará à desonra. — 3:11, 12; 10:17; 12:1; 13:18; 15:5, 31-33; 17:10; 19:25; 29:1. 



Como ser boa esposa: Repetidas vezes os Provérbios avisam contra a esposa ser contenciosa e agir vergonhosamente. A esposa discreta, capaz e que teme a Deus tem na língua a lei da benevolência; quem encontra tal esposa obtém a boa vontade da parte de Deus. — 12:4; 18:22; 19:13, 14; 21:9, 19; 27:15, 16; 31:10-31. 



Como criar os filhos: Devem-se-lhes ensinar os mandamentos de Deus regularmente para que ‘não os esqueçam’. Devem ser criados desde a infância na instrução de Deus. Não se poupe a vara quando necessária; como expressão de amor, a vara e a repreensão dão sabedoria ao menino. Os pais que criam seus filhos no caminho de Deus terão filhos sábios que lhes trarão regozijo e muito prazer. — 4:1-9; 13:24; 17:21; 22:6, 15; 23:13, 14, 22, 24, 25; 29:15, 17. 

A obrigação de ajudar os outros: Com freqüência, salienta-se isto em Provérbios. O sábio deve difundir conhecimento para o proveito dos outros. A pessoa precisa também ser generosa em mostrar favor aos de poucos meios, e, assim fazendo, está realmente emprestando a Deus que garante retribuir. — 11:24-26; 15:7; 19:17; 24:11, 12; 28:27. 


Confiança em Deus: O livro de Provérbios chega ao âmago de nossos problemas ao aconselhar-nos a depositar plena confiança em Deus. Devemos levar em conta a Deus em todos os nossos caminhos. O homem pode fazer planos, mas é Deus que deve dirigir seus passos. O nome de Deus é torre forte, para a qual o justo corre e encontra proteção. Espere em Deus e deixe-se guiar pela sua Palavra. — 3:1, 5, 6; 16:1-9; 18:10; 20:22; 28:25, 26; 30:5, 6. 



Quão proveitoso é o livro de Provérbios para ensinar e disciplinar tanto a nós como a outros! Parece que nenhum aspecto das relações humanas ficou despercebido. Há alguém que se isola dos co-adoradores de Deus? (18:1) É alguém em posição de responsabilidade que tira conclusões antes de ouvir ambos os lados da questão? (18:17) É brincalhão perigoso? (26:18, 19) Mostra-se parcial? (28:21) O comerciante na sua loja, o lavrador no campo, o marido, a esposa e o filho — todos recebem instrução salutar. Os pais são ajudados de modo a poderem expor os muitos laços ocultos na vereda dos jovens. Os sábios podem ensinar os inexperientes. Os provérbios são práticos onde quer que vivamos; a instrução e o conselho do livro nunca ficam antiquados. “O livro de Provérbios”, disse certa vez o educador norte-americano William Lyon Phelps, “é mais atual do que o jornal desta manhã”. O livro de Provérbios é atual, prático e proveitoso para ensino, porque é inspirado por Deus. 
Sendo proveitoso para endireitar as coisas, o livro de Provérbios, composto em grande parte de provérbios proferidos por Salomão, conduz os homens ao Todo-poderoso Deus. Assim fez também Jesus Cristo, mencionado em Mateus 12:42 como sendo “algo maior do que Salomão”. 



FONTE DE PESQUISA

http://www.gotquestions.org/Portugues/Livro-de-Proverbios.html
http://www.montesiao.pro.br/estudos/teologicos/esbocos_livros/velho/proverbios.html

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