Galera de Cristo 03 - A Encarnação

"Aquele que é a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória; glória cono o Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" João 1.14


PAPO SÉRIO

A ENCARNAÇÃO


As Escrituras testemunham que um dia quando chegou para Deus a "plenitude dos tempos" (Gl 4.4) Ele enviou Seu Filho Jesus Cristo ao mundo e aqui Ele nasceu e viveu. A este fato dá-se o nome de "encarnação", que significa "na carne", e aplica-se a Cristo porque a Bíblia diz que Ele encarnou (Jo 1.14; Rm 1:3; 8.3). Os dias de Jesus entre os homens foram "os dias de sua carne"(Hb 5.7). Vale salientar que este ato de Deus de Deus em mandar Seu Filho ao mundo não foi um mero capricho, havia uma tremenda necessidade para que isso acontecesse.

A encarnação de Cristo mostra a falência de todos os sistemas humanos, e é o maior ato de amor da parte de Deus para com o ser humano.




A NOVIDADE DE DEUS E A CERTEZA DE SUA PALAVRA

A encarnação de Cristo se deu no momento exato de acordo com oque Deus havia planejado. Aliás, toda a vida de Jesus ocorreu debaixo do plano de Deus, tudo o que aconteceu com Ele foi na hora certa (Jo 2.4; 7.6;,8,30; 8.20; 12.23; 13.1; 17.1), e conforme a vontade divina (At 2.22-23; 4.27-28). A expressão usada pelo apóstolo Paulo em Gl 4.4, traduzida por "plenitude do tempo", é a expressão grega plêrôma e significa "completo, cheio". Com a encarnação de Cristo, Deus mostra que o tempo que Ele havia determinado havia chegado, se completado, e agora Ele estaria inaugurando uma nova ordem, um tempo novo. E a chegada deste novo tempo nos mostra: 

(1) Nada no universo poderia produzir algo novo. A era antiga havia chegado ao seu final. Nenhuma religião ou filosofia existente poderia proporcionar a redenção que o mundo precisava. Nenhuma civilização, por mais avançada que fosse, poderia levar o homem à sua plenitude, só Jesus Cristo (At 4.10-12). Na encarnação de Cristo, Deus estava fazendo um  novo começo e mostrando a falência das tentativas humanas. Cristo faz o vinho novo (Jo 2.1-11); O mandamento novo (Jo 13.34); quem está em  Cristo é novo (II Co 5.1; Ef 2.15; 4.24); a aliança de Cristo é nova (Lc 22.20); a obra de Cristo é nova (Ap 2.17; 5.9; 21.1-2,5). Paulo considerava tudo como nada diante dos tesouros de sabedoria que estavam em Cristo (I Co 1.24,30; F[ 3.4-8; Cl 2.3). Cristo é o centro de tudo (Ef 1.3-10; C;l 1.13-20).

(2) As profecias a respeito do Messias foram cumpridas. O rei da história estava chegando. Quando João Batista em sua pregação começou a anunciar o Messias sabia de quem falava (Mt 3.1-3,11).  O Cristo encarnado era o cumprimento das Escrituras  (Mt 1.22-23; 2.15,23; 4.12-17). As palavras ditas por Deus pela boca de seus profetas foram confirmadas com o nascimento do Messias porque as palavras de Deus não são pronunciadas em vão e são sempre verdadeiras. Ele é o único Deus que anuncia o fato e o faz cumprir (Is 41.21-29; 42.8-9; 46.9-10; 48.3).

O VERBO SE FEZ CARNE

O fato da encarnação mostra algumas verdades ao cristão, verdades essas que precisamos memorizar, pois dizem diretamente ao conteúdo de nossa crença. O que aprendemos com a encarnação: 

(1) Mostra a eternidade de Cristo. Cristo ter encarnado revela que Ele era pré-existente. Ele vivia em outro lugar antes de vir ao mundo. João antes de dizer que Ele encarnou, afirma que Ele já existia desde a eternidade e foi Criador de tudo que existe (Jo 1.1-3). A vida de Jesus não começa no ventre de Maria e o próprio Cristo confirma isso (Jo 8.38, 42,58; 17.5), e também Paulo (Fp 2.5-7). Ele é eterno.

(2) Mostra ao mundo quem é Deus. O homem jamais viu a Deus, por isso Cristo aqui revelou o caráter de Deus (Jo 1.18). Os atos e palavras de Jesus foram as mesmas do Pai (Jo 5.19,30; 8.,19,28-29). Quem quisesse conhecer a Deus o veria em Cristo (Jo 14.7-10), pois ele era a expressão exata do Ser de Deus (Hb 1.1-3).

(3) Mostra o amor supremo de Cristo. O ato da encarnação por parte de Cristo não foi uma obrigação, mas uma obra voluntária. Ele veio à Terra para ser sacrifício perfeito porque quis, Ele "Se" esvaziou. Não deixou de ser Deus nem perdeu seus poderes com este ato, mas se fez pobre para que fossemos ricos (II Co 8.9). Tudo em sua vida foi voluntário, até sua morte (Mc 10.45; Jo 6.51; 10.15, 17-18). Todo o seu ministério foi motivado por amor, foi por amor que Ele mesmo sabendo tudo o que ia acontecer consigo, aqui desceu e viveu amando até o fim (Jo 13.1).

PORQUE O VERBO SE FEZ CARNE

A descida do Filho de Deus a este mundo, para assumir uma vida física e tornar-se homem, teve um sublime propósito, não foi uma ação banal sem significado. Cristo se encarnou devido à situação humana. Entenda essa necessidade:

(1) O ser humano nasce morto em pecado. Todos nascem em pecado, e assim em débito com Deus (Rm 3.23; 5.12; Ef 2.1-3), merecendo com isto o castigo pelo pecado, que é morte o pagamento desta dívida (Rm 6.23).

(2) Não se pode ser salvo cumprindo rituais religiosos. Seus esforços pessoais de nada valem. Paulo passou boa parte de sua vida  ensinando que a salvação poderia ser alcançada cumprindo-se regras como a Lei de Moisés por exemplo (Rm 4; Gl 3-4). Por ter uma natureza pecaminosa (carnal), o ser humano não atinge as exigências de Deus (Rm 7.12-24; 8.7-8).

(3) Não se pode ser salvo praticando boas obras. Obras de pessoas pecadoras, morta espiritualmente são mortas também (Is 64.6). Só a graça de Deus proporciona salvação (Ef 2.8-10), e esta graça veio com a encarnação de Cristo (Jo 1.17-18).

(4) O ser humano precisa de justiça. A encarnação foi o meio de Deus proporcionar ao ser humano a justiça que ele não tinha.Paulo em Romanos 3.21-26 explica que no tempo da graça (de Cristo) se manifestou a justiça de Deus. Esta justiça os profetas do Antigo Testamento já anunciavam, e agora ela havia chegado não para os que cumpriam a Lei, ou praticavam boas obras, mas para os que tinham fé em Jesus Cristo. Ele se encarnou para ser a propiciação pelos pecados. Pagou a pena de morte que os homens deviam à Lei por não tê-la cumprido, mas ressuscitou porque era sem pecado. A justiça que Ele ganhou sendo justo não serve para Ele porque Ele já era santo, mas é depositada para todo aquele que tem fé nele, que aceita seu sacrifício como substituto na cruz.

(5) O grande amor de Deus. Ao final de tudo, a encarnação de Cristo para morrer como inocente no lugar de criaturas pecadoras demonstra o grande amor de Deus. Este foi o motivo maior pelo qual Ele enviou Cristo ao mundo (Jo 3.16; Rm 8.39; IJo 4.19) Foi apenas por amor que Deus veio à terra em Cristo e se fez Emanuel (Mt 1.23).

(6) A suprema importância de acreditar na encarnação. Assim, a salvação só foi realizada porque Cristo veio em carne (Ef 2.15; Cl 1.22; I Pe 3.18; 4.1).  caminho à presença de Deus foi aberto pela Sua carne (Hb 10.22), daí toda a importância de se acreditar na encarnação de Cristo (I Jo 4.2-3; II Jo 7). Foi por se encarnar que ele pode ser mediador entre Deus e os homens (I Tm 2.5), o segundo Adão, cabeça de uma nova raça salva para servir a Deus (Rm 5.15; I Co 15.21-22,47).

A encarnação de Cristo foi o maior evento da história humana, o dia em que o divino se uniu ao humano com o propósito de salvar. Com o ato da encarnação, Deus mostrou que os sistemas humanos estavam e estão falidos, filosofia e religião não podem fazer nada pelo ser humano. Deus mostrou que todo o tipo de obra ou ritual religioso que o homem cumpra é inoperante para salvá-lo e só Ele pode mudar a situação. Isso prova que Deus não é impassível à condição humana mas está sempre pronto a agir para mudar o quadro, para que suas criaturas o amem, sirvam e sejam salvas. Deus está sempre pronto a abençoar, e deu Seu único Filho para isso (Rm. 5: 8), e se fez assim não nos dará também muitas outras coisas (Rm. 8: 32)?João Calvino escreveu sobre Cristo:
“Ele tomou como seu o que era nosso, para que, o que era seu nos pertencesse; e desta maneira ser junto conosco Filho de Deus e Filho do Homem. Aqui está plantada a certeza de nossa herança do reino dos céus; em que nos adotou como irmãos seus, porque se somos irmãos, segue-se que juntamente com Ele somos herdeiros” (Institutas, II, 17.2).

Só nos resta dizer: “ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Ap. 5: 13).

FONTES DE PESQUISA

http://gracaplena.blogspot.com.br/2011/10/encarnacao-de-cristo.html

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lição 04 - O Espírito Santo na Antiga Aliança

Lição 12 - Manassés, Uma Lição de Arrependimento

Lição 13 - Qual é o Seu Legado?