Galera de Cristo 02 - A Criação


"Será que você não sabe? Nunca ouviu falar? O Senhor é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele não se cansa nem fica exausto; sua sabedoria é insondável" 

Isaías 40.28

Sem dúvida a criação do mundo é um dos temas mais complexos e discutidos ao longo da história da humanidade. Desde a antiguidade o homem tenta buscar respostas em relação à criação e, o resultado disso, foi o surgimento de várias lendas e mitos até chegar às posições mais recentes defendidas pela ciência.
Para quem tem a Bíblia como a Palavra de Deus, essas respostas já estão bem esclarecidas, mas ainda assim, dentro da própria narrativa bíblica, várias interpretações são discutidas e, muitas pessoas acabam ficando confusas.
Antes de tudo, precisamos entender que Deus criou todas as coisas por que Ele quis. Diferente do que muitos dizem, principalmente em pregações sensacionalistas, Deus não criou o mundo e, consequentemente o homem, porque Ele precisava criar. Deus não precisa de nada disso. Ele criou todas as coisas simplesmente pela Sua perfeita vontade e unicamente para a Sua glória (Ap 4:11).
Em sua forte exortação aos cristãos de Roma, o apóstolo Paulo apelou para a criação como um ato singular que por si só é prova da existência de Deus. Ele disse que Deus é justo em julgar com ira os que o rejeitam, porque, pela criação, os homens deveriam reconhecer claramente "os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade"(Romanos 1:18-20). Quando olharmos para a criação, devemos ver o Deus vivo que está por trás dela. Até mesmo as pessoas que nunca leram a Bíblia são responsáveis de reconhecer que Deus existe, pois ele se manifestou em sua obra criadora (veja Salmo 19:1-4). Nós, os que somos abençoados por termos a Bíblia em nossas mãos, devemos olhar para a criação do modo como Deus a revelou em Gênesis capítulo 1. O que aprendemos na criação sobre o eterno poder e a divindade de Deus?

A criação do mundo – O que existia antes do princípio?

Antes do princípio sabemos apenas que Deus existia, de eternidade em eternidade, completamente satisfeito em Si mesmo, e se, porventura, Ele não tivesse criado todas as coisas, Ele continuaria sendo Deus da mesma forma.
Sabemos também que foi na eternidade, antes de tudo existir, que Deus realizou o plano de Salvação (At 4:28; Ef 1:4; 2Tm 1:9 1Pe 1:20).

No princípio criou Deus – Os dias da criação:

No princípio criou Deus o céu e a terra.

E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
No primeiro versículo de Gênesis, temos uma apresentação mais do que suficiente de quem é o nosso Deus. O versículo nos apresenta Deus como eterno, com um poder inimaginável e que criou todas as coisas quando não existia nada.
Quando o texto diz “no princípio” (ber’shith), nos mostra a primeira menção de tempo, ou seja, expressa claramente a eternidade de Deus, que existe desde sempre e que foi Ele quem criou o tempo para submeter ao tempo as suas criaturas que são temporais. Sabemos então que a matéria não é eterna, Deus é que é eterno. Em outras palavras, Deus não precisa do tempo, pois Ele é de eternidade a eternidade, mas todas as outras coisas são reguladas pelo tempo, embora saibamos que o homem esta sujeito à eternidade isto é muito diferente de ser “eterno”, pois ser eterno também implica em não ter começo e não apenas a ausência de um fim. Sabemos agora que nossa existência é eterna, porém tivemos um começo.
A palavra utilizada para “criou” é “bara“, um termo que podemos dizer que só Deus é capaz de usa-lo, pelo fato de descrever um milagre completo. Embora nem sempre no original signifique “criar do nada”, a verdade é que na Bíblia somente Deus é o sujeito do verbo “bara“. Os homens fazem (asah), mas nas Escrituras apenas Deus cria (bara), porém Deus também faz (asah). Neste caso podemos entender que Deus do nada criou algo absolutamente novo, e isto é impossível para o homem, já que qualquer coisa que coisa que “criamos” ou “façamos” é em função de outra já existente.
Deus então criou do nada os céus e a terra, e a terra ainda estava “sem forma e vazia”, e não havia luz, contudo, o Espírito de Deus se movia continuamente sobre a face das águas.
Já no versículo 3 podemos identificar a primeira ordem de Deus que nos é descrita: “Haja luz”. Existe uma ênfase bastante grande na palavra falada de Deus, sendo que em cada dia criativo podemos identificar uma ordem ou expressão da vontade de Deus por Sua palavra. Esta luz não se tratava do sol ou quaisquer outros luminares que ainda seriam criados. Muitos interpretes entendem que esta luz aqui descrita emana do próprio Deus, enquanto outros afirmam ser um outro tipo de luz que pode ser identificado no espaço (como colunas de luzes) e que não é produzida por nenhuma estrela. Este foi então o primeiro dia.
No segundo dia acontece a separação das águas e assim Deus fez o firmamento ou expansão, e Deus chamou o firmamento de céu. A palavra original no hebraico (raquia) traz a ideia de algo que foi pressionado, estendido, para cobrir uma superfície extensa.
No terceiro dia vemos uma ênfase maior na própria terra como sendo preparada para servir de hábitat. Deus por Sua palavra ajuntou as águas para que aparecesse a terra seca, e ordenou que a vegetação cobrisse a terra, e a terra fez brotar a vegetação com plantas e árvores.
No quarto dia vemos Deus por Sua palavra criando os luminares, o maior para o dia e o menor para a noite, bem como as estrelas também. Aqui temos um grande contraste com várias lendas pagãs sobre a criação. O sol, a lua e as estrelas não são divindades como esses povos acreditavam, mas são apenas criados por Deus.
No quinto dia podemos perceber então um “cenário” pronto esperando suas criaturas. Então Deus ordena o surgimento em espécies dos seres vivos que habitam as águas e da mesma forma das aves que voam no céu. Logo após, Deus dá outra ordem para que essas espécies multipliquem-se e povoem as águas e o céu.
No sexto dia acontece algo semelhante ao que ocorreu no quinto dia. Deus ordena que a terra produza seres vivos separados em espécies, e assim foi. Também no sexto dia Deus cria o homem à Sua imagem e semelhança para que dominasse sobre toda a criação na terra.
Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão. Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Gênesis 1:26,27

Porque “façamos” no plural?

O fato de aparecer então o “façamos” e o “nossa”, é uma exigência do plural que se dá pela palavra hebraica Elohim originalmente utilizada para designar Deus na maioria das referências no Antigo Testamento e, que transmite o sentido plural de plenitude ou majestade, não no sentido de que existam três “Deuses”, mas que existe pluralidade dentro de um Deus único. Esse mistério do Antigo Testamento nos é revelado no Novo Testamento na triunidade de Deus como em João 1:1; 14:23; Hebreus 1:3 e em muitas outras passagens bíblicas.

A criação foi concluída:

Esse é um ponto muito importante que precisamos considerar. O livro de Gênesis nos mostra um processo finalizado, completo, sobre a criação do mundo. Dessa forma, a criação não está mais acontecendo, ela já foi concluída por Deus. O que temos agora são processos normais e naturais, constantes da natureza e de forma providencial, mas em nada se refere ao processo de criação. Dentro dessas características temos, por exemplo, as micro-evoluções e que em nada contradizem os relatos bíblicos, as alterações geológicas, etc. Podemos dizer que o mundo é o mesmo desde que foi criado no sentido de que nada mais esta se criando, mas não no sentido de fixismo, ou seja, espécies se adaptam para sobreviverem em seus ecossistemas e atividades sísmicas alteram aspectos geológicos. Isso é muito diferente de uma macro-evolução.

A Nova Criação Em Cristo

Quando olhamos para a sociedade, não há dúvida de que temos feito desordem da ordem de Deus. Mas Deus, por sua natureza divina, em sua misercórdia, ainda quer restaurar  a ordem, e por isso enviou o seu filho, Jesus (veja Efésios 1:10). Deus enviou Jesus como resposta para a desordem, para poder criar de novo um mundo obediente às ordens de Deus. O apóstolo Paulo diz "...se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Coríntios 5:17). Onde há trevas, Cristo diz: "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida" (João 8:12). Em um mundo de caos, Cristo estabelece a ordem e a união pela sua igreja: "...há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos" (Efésios 4:4-6). Onde há vidas vazias, é Cristo que "...a tudo enche em todas as coisas" (Efésios 1:23).É responsabilidade de cada pessoa reconhecer que Deus existe e o buscar. A revelação geral de Deus (isto é, o mero fato de ele existir, como é evidente pela criação) nos torna indesculpáveis se o rejeitarmos. Mas, para conseguirmos escapar do estrago feito pela nossa desobediência, é necessário muito mais do que apenas reconhecer que Deus existe. Paulo avisou: "Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos" (Atos 17:30-31). Jesus Cristo veio para fazer a nova obra criadora de Deus, nos corações e nas almas dos homens. Que busquemos a Deus em espírito e em verdade (João 4:23-24), nos arrependendo de nossa desobediência, o pecado, e obedecendo a ordem de Deus em Cristo, para que ele possa fazer de nós novas criaturas, segundo a vontade de Deus!

EVOLUÇÃO versus CRIAÇÃO

Um fator crucial que todos nós devemos reconhecer é que a vasta maioria dos cientistas que crêem na evolução são também ateus ou agnósticos. Há alguns que abraçam alguma forma de evolução teísta, e outros que têm uma visão deísta de Deus (Deus existe, mas não está envolvido no mundo... tudo acontece em seu curso natural). Há alguns que genuína e honestamente examinam estes dados e chegam à conclusão de que a Evolução se encaixa mais nos dados disponíveis. Mais uma vez, entretanto, estes representam uma porção insignificante dos cientistas que defendem a evolução. A vasta maioria dos cientistas evolucionistas atesta que a vida se desenvolveu inteiramente SEM QUALQUER intervenção de um Ser superior. A evolução é, por definição, uma ciência naturalista.

Para que o ateísmo seja verdade, deve haver uma explicação alternativa para como o universo e a vida chegaram a existir. Apesar de crenças em alguma forma de evolução serem anteriores a Charles Darwin, Darwin foi o primeiro a desenvolver um modelo plausível de como a evolução pode ter ocorrido: a seleção natural. Uma vez Darwin se identificou como cristão, mas mais tarde renunciou a fé cristã e a existência de Deus como resultado de algumas tragédias ocorridas em sua vida. A evolução foi “inventada” por um ateu. O objetivo de Darwin não foi tentar derrubar a verdade da existência de Deus, mas este foi um dos resultados finais da teoria da evolução. A evolução é um suporte do ateísmo. Os cientistas evolucionistas da atualidade provavelmente não admitiriam que seu objetivo é dar uma explicação alternativa para a origem da vida, e portanto estabelecer uma base para o ateísmo. Entretanto, de acordo com a Bíblia, isto é exatamente o porquê da existência da teoria da evolução.

A Bíblia nos diz: “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus” (Salmos 14:1; 53:1). A Bíblia também proclama que as pessoas não têm desculpas para não crerem em um Deus Criador, “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Romanos 1:20). De acordo com a Bíblia, qualquer um que negar a existência de Deus é um tolo. Por que, então, há tantas pessoas, incluindo alguns cristãos, que “aceitam” que os cientistas evolucionistas sejam intérpretes imparciais das informações científicas? De acordo com a Bíblia, são todos tolos! O fato de serem tolos não implica falta de inteligência. A maioria dos cientistas evolucionistas é intelectualmente brilhante. O fato de serem tolos indica uma incapacidade de aplicar adequadamente o conhecimento. Provérbios 1:7 nos diz: “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.”

Os cientistas evolucionistas debocham da Criação e/ou do Design Inteligente como sendo não-científicos, e não valendo a pena de serem examinados cientificamente. Para que algo seja considerado como uma “ciência”, dizem eles, deve estar sujeito à observação e ser provado, deve ser “naturalista”. A criação, por definição, é algo “supernatural”. Deus e o supernatural não podem ser observados ou testados (e por aí continua a discussão), e por este motivo, a Criação e/ou o Design Inteligente não podem ser considerados como uma ciência. Como resultado, toda a informação é filtrada através da pré-concebida, pressuposta e pré-aceita teoria da evolução, sem explicações alternativas a serem consideradas.

Contudo, a origem do universo e a origem da vida não podem ser testadas ou observadas. Tanto a Criação quanto a evolução são sistemas baseados na fé, ao falar das origens. Nenhuma das duas pode ser testada, pois não se pode voltar atrás bilhões (ou milhares) de anos para se observar a origem do universo e da vida no universo. Os cientistas evolucionistas rejeitam a Criação com bases que logicamente os forçariam a também rejeitar a evolução como uma explicação “científica” para as origens. A evolução, pelo menos em relação às origens, não se encaixa na definição de “ciência”, assim como não o faz a criação. A evolução é supostamente a única explicação das origens que pode ser testada; por este motivo, é a única teoria das origens que pode ser considerada “científica”. Isto é tolice! Os cientistas que defendem a evolução estão rejeitando uma teoria plausível das origens sem ao menos examinar seus méritos com honestidade, somente por não se encaixar em sua ilogicamente estreita definição de “ciência”.

Se a Criação é verdadeira, então há um Criador perante O Qual somos responsáveis. A Evolução é um suporte ao ateísmo. A Evolução dá aos ateus uma base para que expliquem como a vida existe longe de um Deus Criador. A Evolução nega a necessidade de um Deus que esteja envolvido com o universo. A Evolução é a “teoria da criação” para a “religião” do ateísmo. De acordo com a Bíblia, a escolha é clara. Podemos crer na Palavra de nosso onipotente e onisciente Deus, ou podemos crer nas ilogicamente tendenciosas explicações “científicas” vinda de tolos.

FONTES DE PESQUISA

https://estiloadoracao.com/a-criacao-do-mundo/
http://www.estudosdabiblia.net/d114.htm

https://gotquestions.org/Portugues/criacao-versus-evolucao.html

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