Lição 10 - A Doutrina da Igreja na Reforma


"Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a Igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue" - Atos 20.28

Texto Bíblico Básico: Mateus 16.13-18; Efésios 1.3,4

Efésios 2.21

COMO OS REFORMADORES CONCEITUAVAM A IGREJA

Resultado de imagem para função da igrejaQuando Deus o chamou, o profeta Amós viu que “o Senhor, com um prumo na mão, estava junto a um muro construído no rigor do prumo. E o Senhor me perguntou: 'O que você está vendo, Amós?' 'Um prumo', respondi. Então disse o Senhor: 'Veja! Estou pondo um prumo no meio de Israel, o meu povo; não vou poupá-lo mais. Os altares idólatras de Isaque serão destruídos e os santuários de Israel ficarão em ruínas'” (Am 7.7ss.).


Um prumo na mão de um pedreiro descreve com precisão como Deus agiu e continua agindo com o seu povo! Ele criou a humanidade para viver aprumada. O “muro construído no rigor do prumo” alude ao fato de sermos criados à “imagem de Deus” (Gn 1.27). Mas ao encostar seu prumo na nossa vida fica evidente que ela está fora de prumo: não somos o que deveríamos ser!



Instrumentos de Deus em seu tempo



No século 16 Deus encostou seu prumo, as Sagradas Escrituras, na igreja. Seus instrumentos foram um monge alemão que lecionava numa universidade provinciana (Lutero), um padre suíço duma cidade de médio porte (Zwinglio), um jovem acadêmico francês (Calvino). Estes homens anunciaram o que perceberam em púlpitos e cátedras, assembleias e tribunais, bem como em panfletos e livros.



Eles sabiam que a validade dum prumo não expira, que a palavra de Deus continua válida e revela o que está aprumado diante dele e o que não! Sabiam também que um prumo funciona de cima para baixo! A posição da peça de madeira no alto determina a posição da de metal em baixo. Assim as Escrituras Sagradas são instrumento do Altíssimo e manifestavam sua vontade entre nós. Jesus criticou os saduceus, porque eles – apesar de sacerdotes (!) – desconheciam “as Escrituras” e “o poder de Deus!” (Mt 22.29; Mc 12.24). Ao redescobrirem o evangelho os reformadores reconheceram que o poder do Criador age pela Escritura para aprumar nossa vida! Por isto não se cansaram de estudá-la e interpretá-la.



Nosso ambiente é outro



Vivemos num mundo deveras diferente do de Lutero, Zwinglio e Calvino. Talvez você lembre o desenvolvimento tecnológico. Sim, eles viajavam em carroças, nós em automóveis e aviões; escreviam com penas de ganso, nós digitamos num tablet; eles se relacionavam olho no olho, nós, pelo Facebook; etc.



Ainda que isto molde nossa vida cotidiana, a maior diferença para o tempo da Reforma é que, então, se vivia numa cultura cristã homogênea, enquanto que hoje vivemos num ambiente pluralista e pós-cristão. Quando recorriam às Escrituras Sagradas, os reformadores não precisavam convencer seus contemporâneos da sua autoridade. Nós, no entanto, não podemos mais pressupor que as pessoas à nossa volta a reconheçam. Vivemos em meio a um ferrenho concurso de verdades e convicções.



Por isto não basta repetir os reformadores, mas devemos aprender deles a atentar para o prumo de Deus a fim de anunciar ao nosso tempo o que Deus está revelando. Os reformadores podiam pressupor que seus contemporâneos entendiam sua vida e o mundo baseados na cosmovisão cristã. Nós precisamos aprender a articular com clareza como encaramos a vida e o mundo e que diferença isto faz em relação a outras propostas. Quem não conhece o Deus da Bíblia precisa desta oportunidade.



Quando ele encosta seu prumo em nós, fica evidente o que não está aprumado. É assustador perceber quanta resistência há em nós, mas é revigorante poder admitir a ajuda de Jesus Cristo. Ele “agiu para consertar as coisas nesta vida de contradições com a qual quero servir a Deus de todo coração e mente, mas sou puxado pela influência do pecado, e acabo fazendo algo que não desejo” (Rm 7.25 – A Mensagem). O mesmo poder do Espírito de Deus que atuou nos profetas e na Reforma Protestante, nos ajudará a crer nele e a obedecer hoje

O MERCANTILISMO DO SISTEMA ROMANO


Desde o século XIV a Igreja católica vinha perdendo autoridade e prestígio. Práticas não condizentes com sua doutrina como a venda de indulgências, de cargos eclesiásticos e a inadequação do alto clero que se comportava de maneira mundana e luxuosa abalaram a crença de muitos fiéis na instituição. Martinho Lutero provocou mudanças profundas ao denunciar esta situação no século XVI.
A valorização do indivíduo com o movimento cultural do Renascimento propôs uma nova visão sobre a Igreja e a religião criando um clima favorável a mudanças.  Foi neste ambiente em que emergiu Martinho Lutero. 
Vamos ver porque um grande número de pessoas, grupos sociais e líderes políticos e religiosos estavam insatisfeitos com a Igreja?
  • A insatisfação de reis e príncipes: o papa passou a ser visto como um impedimento ao poder real e a saída de dinheiro (taxas e tributos pagos pelos fiéis à Igreja) dos domínios reais para Roma, a sede do papado, criou um clima de insatisfação na realeza.
  • O descontentamento da burguesia: a Igreja defendia a teoria do preço justo (a venda de um produto não deveria incluir o lucro) e proibia o empréstimo de dinheiro a juros.
  • Os abusos de membros da Igreja: venda de cargos eclesiásticos, comércio de artigos religiosos (relíquias), de indulgências (venda do perdão dos pecados) e comportamento inadequado ao clero (vida luxuosa e mundana que se contrastava com a espiritualidade de cristãos e da própria doutrina defendida pela Igreja).
  Agora observe a imagem abaixo: é uma Gravura do século XVI que mostra sacerdotes (a cavalo) e agentes de banqueiros (sentado à mesa) vendendo cartas de indulgências. Lutero posicionou-se fortemente contra a prática da venda de indulgências em suas 95 teses. Fonte: RODRIGUEZ, Joelza Ester Domingues. História em documento: imagem e texto, 7º. ano. Ed. renovada. São Paulo: FTD, 2009. p. 207.


martinho lutero

PONTO DE VISTA BÍBLICO SOBRE A IGREJA

“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais. Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um Cordeiro Imaculado e incontaminado. O qual na verdade em outro tempo foi conhecido ainda antes da fundação do mundo mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós”
A entidade da mais suprema importância que existe neste mundo é a Igreja do Senhor Jesus Cristo. Pode até haver muitas outras coisas boas, mas nada pode ser equiparada em importância a Igreja.
Ela é a Igreja do Deus vivo, a coluna e o esteio da verdade. Ela é amada, prezada e nutrida por Jesus Cristo, que a Si mesmo se entregou por ela.
Ela é a reunião dos salvos, chamados do mundo para uma vida em que tudo se faz novo. Ela tem uma séria, e sublime missão, que é a de proclamar ao mundo as grandezas de Deus, a mensagem de Jesus Cristo, o dom do Espírito Santo. Ela estará com Cristo no Reino vindouro, não simplesmente habitando, mas, com Ele reinando sobre todos os povos da terra.
Os salvos por Jesus constituem essa importante e sublime entidade. Nosso ingresso a ela não se dá por esforço pessoal ou por mérito próprio. Acontece em nossas vidas pela manifestação da infinita graça divina, e pela fé pessoal no salvador Jesus Cristo. Como componentes desse corpo, devemos conhecê-lo melhor, bem como sua natureza, as bênçãos que recebemos, e as responsabilidades que temos para com Ele. Afinal de contas, deste corpo,  particularmente, somos membros. Estamos inseridos nele, e como tal, vivemos em função do seu sangue.
Precisamos conhecer a natureza da Igreja, através das Escrituras, para que possamos fluir melhor das bênçãos de Deus, e exercer de maneira mais eficaz nossas responsabilidades. Não podemos ser um membro em isquemia, mas, livre de qualquer obstrução provocada por trombos do diabo, que por sua vez, tenta por todos os meios, fazer que sejamos uma célula morta neste corpo. O principal objetivo do diabo é desvincular os crentes do corpo do Senhor Jesus. É desativar as funções dos crentes nesse corpo.
A Igreja do Senhor é exortada a andar em temor durante o tempo de sua peregrinação neste mundo. A grande razão para isso está no alto preço que custou a nossa salvação. Na primeira carta do apóstolo Pedro, 1:18,  aparece o verbo que “resgatar” que traduzido, indica a maneira de libertar um escravo, pagando por ele um preço em dinheiro.
Os crentes que formam hoje, a Igreja de Jesus Cristo, antes da sua redenção eram escravos de uma vã maneira de viver, com uma conduta vazia, duvidosa, superficial e sem proveito algum. Mas foram libertados dela, o preço pago não foi dinheiro, prata e ouro, mas o sangue precioso de Jesus Cristo. Esse sangue não tem preço! Não há termos humanos que possa descrever, medir, pesar, contar ou escrever o seu valor.
Já que tendes purificado as vossas almas na obediência à verdade, que leva o amor fraternal não fingido, de coração amai-vos ardentemente uns aos outros, 1Pedro 1:22 – Pedro apela agora aos que formam a Igreja, a que vivam o amor de um coração puro, sem hipocrisia, um amor entranhável e ardente, amor de quem tem alma limpa e pura, pela obediência à verdade, pela fé em Cristo Jesus nosso Senhor e de quem já aprendeu o amor fraternal não fingido. E tem o privilégio de fazer parte desta que é o Corpo do Senhor Jesus, que é a Sua Igreja.
A Igreja é constituída dos seguidores de Cristo que se reúnem em determinado lugar para adorar a Deus, receber ensinamentos, evangelizar e ajudar uns aos outros, (Rm 16.16). Ela é a totalidade das pessoas salvas em todos os tempos, (Ef 1.22).
A Igreja glorificada é apresentada como a Noiva do Cordeiro. Ao contempla-la, João, vê nela, a resplandecente glória dos atributos de Deus. Todo o esplendor da glória de Deus ornava a Noiva. À vista de João, ela era gloriosa. A Igreja é a escrava resgatada. Estava cativa e foi liberta. Cristo a amou. Se entregou por ela, a santificou e a purificou por meio da lavagem de água pela Palavra.

FONTES DE PESQUISA



http://www.ultimato.com.br/conteudo/a-reforma-protestante-ainda-nos-ajuda-hoje
https://blogdoenem.com.br/martinho-lutero-reforma-protestante/
http://www.jorgealbertacci.com.br/a-natureza-da-igreja.html


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lição 04 - O Espírito Santo na Antiga Aliança

Lição 12 - Manassés, Uma Lição de Arrependimento

Lição 13 - Qual é o Seu Legado?