Galera de Cristo 10 - O Joio, o Trigo, a Mostarda e o Fermento

"Com que compararemos o Reino de Deus? Que parábola usaremos para descrevê-lo? - Marcos 4.30
O GRÃO DE MOSTARDA E O FERMENTO
O grão de mostarda era a menor semente conhecida pelo povo a quem a parábola foi contada. O Reino de Deus, compreendido como sendo o assim chamado Cristianismo, também começou com um pequeno grupo de pessoas, perseguido e amedrontado, de onde surgiram outros grupos, as igrejas primitivas, que se mantinham relativamente puras devido à perseguição que sofriam.
O arbusto em que a semente de mostarda se transformava era comum (ainda existe ali), mas nunca crescia ao ponto de se tornar em uma árvore fenomenal como a da parábola. Evidentemente era um exagero, e isto deve ser levado em conta na interpretação também, pois é parte do ensino.
Realmente o Cristianismo passou a crescer muito, de forma anormal, quando a ele se aderiu o poder secular. Sua influência pelo mundo se tornou enorme, mas sua qualidade foi desvirtuada pelo afastamento da pureza do ensino bíblico com a introdução de heresias, mitos, clericalismo e ritualismo, ao ponto de se proibir a leitura da Palavra de Deus.
As aves da parábola do Semeador, na interpretação dada pelo próprio Senhor Jesus, procediam do Maligno, e vieram arrancar a mensagem do Reino semeada no coração dos que ouviram a pregação. Elas representam, portanto, algo mau.
Nesta parábola, as aves do céu vêm fazer os seus ninhos nos ramos daquela árvore descomunal. Assim também o Cristianismo, inflacionado por seitas apóstatas, passa ainda a abrigar uma multidão de "igrejas" totalmente falsas, de cristã tendo apenas o nome. São instrumentos do Maligno para "sujar" o testemunho cristão, joio no meio do trigo como nos ensina a parábola anterior.
A parábola seguinte, contida toda no versículo 33, a do fermento, pode ser considerada a chave deste capítulo, assim como ele é a chave do livro de Mateus, e o Evangelho de Mateus é o livro chave da Bíblia inteira.
O versículo todo nos fala como é o Reino de Deus. Existem duas substâncias e uma pessoa:
  • Três medidas de farinha, ou seja, uma grande quantidade de farinha, pois cada “medida” é estimada ser de entre 7 e 13 litros. A farinha provém do grão de cereal, como a semente da parábola do Semeador, em que o Senhor Jesus explicou que a semente representava a Palavra de Deus.
  • Fermento é sempre figura do que é mau, em todas as 98 vezes que aparece na Bíblia. No Velho Testamento todas as ofertas deviam ser feitas sem fermento, e no Novo o Senhor Jesus advertiu Seus discípulos contra o fermento dos fariseus e dos saduceus (hipocrisia e ensino falso - Lucas 12:1 e Mateus 16:6) e o de Herodes (imoralidade - Marcos 8:15). Ao preparar-se para as festas da Páscoa e Pães Asmos, todo o fermento deveria ser retirado das casas (Êxodo 12:15), simbolizando a purificação de toda a forma de mal. Segundo consta, os escritores rabinos usavam o fermento regularmente como símbolo do mal, portanto os judeus que ouviam esta parábola logo entenderiam o seu significado, sem necessidade de mais explicação.
Esta parábola, como as demais desta série, é uma figura daquilo que está acontecendo com o Reino de Deus e a Sua Palavra no intervalo desde a rejeição de Cristo até a Sua exaltação, quando vier assumir o Seu reino depois da Grande Tribulação.
Alguns comentaristas sustentam que o Evangelho seria representado pelo fermento, e a farinha seria o mundo, onde o Evangelho seria pregado até enchê-lo. É uma teoria totalmente falha, dado que o fermento, associado ao mal e à podridão, nunca poderia ser usado como símbolo da pureza do Evangelho.
O Evangelho é para ser proclamado, e não escondido, furtivamente, como faz a mulher da parábola. Ademais, a julgar pela experiência dos dois milênios já quase decorridos, o mundo nunca será todo salvo pelo Evangelho. Ao contrário, o Senhor Jesus mesmo disse: "Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?" (Lucas 8:8). A pergunta indica que a resposta será negativa.
O apóstolo Paulo se refere a esta parábola em 1 Coríntios 5:6-8, quando fala do fermento "velho" da hipocrisia e mentira, e da maldade e perversidade, e exorta os crentes a celebrarem a festa da Ceia do Senhor com "pães sem fermento, os pães da sinceridade e da verdade".
Concluímos, portanto, que são as três medidas de farinha que representam o Evangelho. A quantidade (três) provavelmente apenas significa a sua integridade, embora nos lembre também do Deus trino, que nos deu a Sua Palavra.
A mulher pega o fermento, símbolo de hipocrisia, ensino falso e imoralidade, ou pecado em geral, e o coloca dentro da mensagem do Evangelho, furtivamente, para que ninguém perceba o que ela fez.
Sem dúvida é o que vemos sobejamente em nossos dias. A partir das grandes instituições eclesiásticas até a multiplicidade de seitas vinda à tona todos os dias, vemos uma deturpação completa da mensagem do Evangelho por causa das doutrinas falsas nele plantadas.
Todas se consideram parte do "Cristianismo", e citam partes da Bíblia. Mesmo os espíritas e até os que praticam o culto ao diabo usam a Bíblia.
Como substância, o fermento é uma enzima ou organismo vivo que provoca a transformação de outra substância, como massa de pão ou suco de uva, em algo diferente e com outro sabor. O fermento é usado para se obter um novo sabor mais agradável ao paladar, mas é preciso terminar a sua ação em certo ponto para evitar total putrefação.
Falsos mestres de toda a espécie também colocam o seu fermento na Palavra de Deus para torná-la mais atraente a muita gente. Mas a parábola nos ensina que a introdução de doutrina falsa nas igrejas resultará em apostasia. O Senhor Jesus disse que na Sua segunda vinda, Ele não encontrará fé na Terra, mas haverá apostasia geral. Esse é o caminho que a "cristandade" está percorrendo e já vemos a apostasia por toda a parte.
Escrevendo a Timóteo, o apóstolo Paulo declara que "virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos" (2 Timóteo 4:3).
Vemos a apostasia final, completa, retratada na igreja de Laodiceia (Apocalipse 3:14-22), que representa o último estado do Cristianismo antes do período da tribulação, que precede a segunda vinda de Cristo para julgar o mundo e reinar na Terra.
Estas primeiras quatro parábolas foram ditas ao povo pelo Senhor Jesus em cumprimento de uma profecia encontrada no Salmo 78:2. O que Ele estava ensinando ao povo, em parábolas, eram verdades nunca antes reveladas - eram enigmas, difíceis de entender.

Nessa parábola Jesus conta a história de um homem que semeou boas sementes de trigo em seu campo. Ao mesmo tempo um inimigo semeou sementes ruins, de joio, em meio às sementes de trigo. Os empregados daquele homem se surpreenderam ao perceber que havia crescido joio em meio ao trigo naquela plantação. O instinto daqueles empregados agricultores dizia que eles deveriam arrancar essa erva daninha do meio do trigo para que este crescesse melhor. Porém, o dono da plantação os proibiu de fazer isso, já que o joio é muito parecido com o trigo e eles poderiam, por engano, arrancar boas plantas junto com as ruins. Assim, a orientação do dono da plantação era que deixassem crescer os dois até que na hora da colheita pudessem identificá-los plenamente e, assim, arrancá-los.

ENSINOS DA PARÁBOLA

O próprio Jesus no trecho que está em Mateus 13. 36-43 já traz algumas explicações aos seus discípulos sobre os ensinos dessa parábola. Vale a pena ler esse trecho para entender melhor a parábola. Vou expor abaixo algumas lições interessantes que aprendo com essa parábola:

(1) No mundo existem boas sementes plantadas por Deus. Jesus identifica as boas sementes plantadas no campo como os “filhos do reino” (v. 38). Isso significa que o agricultor e dono do campo, Jesus, espalha boas sementes nesse grande campo chamado mundo. Mesmo que hoje em dia não consigamos ver tantas boas sementes crescendo, e sejamos até pessimistas com relação à atuação do bem, as boas sementes estão lá, pois foram plantadas por Jesus.

(2) Não existe somente um plantador de sementes. O inimigo, espalhador de sementes ruins, apontado por Jesus como sendo o diabo, também está trabalhando. Se Jesus planta seus servos como boas sementes, o diabo planta seus servos como más sementes como forma de estragar de alguma forma a plantação de Deus. Nesse ponto não podemos ser ingênuos, mas atentos.

(3) Os filhos de Deus e os filhos do maligno são parecidos, mas não são iguais. O maligno espalha suas más sementes pelo campo. Os filhos do maligno são “parecidos” com os filhos de Deus, assim com o joio se parece com o trigo. Mas não podemos ser ingênuos achando que dentro de nossas igrejas existe apenas trigo. Devemos ser prudentes sabendo que ele, o joio, existe e está também tentando crescer e tomar seu espaço. Apesar de o joio ser parecido com o trigo, devemos tal qual como os agricultores da parábola, sermos atentos para saber que existe certa quantidade de joio crescendo junto com o trigo.

(4) O crescimento do joio não está fora do controle do dono da plantação. O fato do dono da plantação não permitir que se arranque o joio logo quando é identificável mostra que ele não foi surpreendido pelo inimigo. O dono da plantação, Deus, tem controle absoluto e orienta seus empregados a como agir da melhor forma com relação ao joio em meio ao trigo. Devemos ouvir a voz do dono para agirmos com sabedoria diante da esperteza do inimigo. No final das contas o dono da plantação já tem planejado o que fará com esse joio e com o trigo que plantou.

(5) O joio e o trigo não ficarão para sempre juntos. Jesus deixa claro que haverá punição tanto ao inimigo que semeou sementes ruins, quanto para as sementes ruins que buscaram atrapalhar a plantação de Deus. Essa punição é indicada como o justo juízo de Deus, que sabe identificar joio e trigo precisamente, e sabe exatamente o que deve queimar e o que deve preservar. Essa separação será feita em momento oportuno pelo dono da plantação.

FONTES DE PESQUISA

https://www.obreiros.com/sobre-nos/10-uncategorised-pt/fatos-e-relatos/1087-as-parabolas-do-grao-de-mostarda-e-do-fermento

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