Lição 12 - Manassés, Uma Lição de Arrependimento

"E se meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei seus pecados, e sararei a sua terra" - II Crônicas 7.14

Texto Bíblico Básico: II Reis 21.1,2; 10-16

QUEM FOI MANASSÉS

Resultado de imagem para prisãoA história dos reis de Israel e Judá sempre começa pela frase: “fez o que era bom aos olhos do Senhor”, ou “fez o que era mau diante dos olhos do Senhor.” Não há meio termo, em nenhum caso se lê a expressão: “fez mais ou menos o que era mau aos olhos do Senhor”. A razão disso é que Deus lidava direto com os reis constituídos sobre o Seu povo e os reis tinham duas alternativas, ou faziam o que era bom, ou o que era mau. Eles tinham direito à sua escolha, mas tinham de assumir as consequências delas. Alguns reis foram fieis a Deus e foram honrados, vitoriosos e curados, outros preferiram seguir após outros deuses e foram reprovados por Deus. Os reprovados dificilmente tiveram uma nova oportunidade, mas o rei Manassés de Judá teve sua segunda chance de se consertar diante de Deus.

Manassés começou a reinar com doze anos de idade e reinou em Jerusalém por cinquenta e cinco anos e ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, com um agravante: ele abusou do mau que praticava. Manassés era filho do rei Ezequias que fez o que era reto aos olhos do Senhor, mas o garoto não seguiu os passos do seu pai e não só adorou outros deuses, como ainda tornou a edificar os altares que Ezequias tinha derrubado. Na verdade Manassés desfez tudo o que seu pai tinha feito para tirar a idolatria do meio do povo, assim ele restaurou os altares de outros deuses, levantou altares aos Baalins, fez bosques em torno dos ídolos de pedra e prostrou-se diante de todos os deuses dos povos que viviam perto de Judá e os serviu. Além disso, Manassés profanou a Casa do Senhor em Jerusalém e edificou altares para todo o exército do céu e isso nos átrios da Casa do Senhor.

Tudo o que não prestava era praticado pelo rei Manassés, inclusive magia e adivinhações e ele chegou ao extremo de praticar sacrifício humano aos deuses estranhos, veja: “Fez ele também passar seus filhos pelo fogo no vale do filho de Hinom, e usou de adivinhações e de agouros, e de feitiçarias, e consultou adivinhos e encantadores, e fez muitíssimo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira.” (2 Crônicas 33:6). Viu só? Manassés caprichou na idolatria. A expressão “fez passar seus filhos pelo fogo” indica a prática de sacrifícios humanos feitos no vale de Hinom contra seus próprios filhos. Manassés é o único rei que mereceu a repetição superlativa de ter feito o que era “muitíssimo” mal aos olhos do Senhor.

Manassés tanto fez errar a Judá e aos moradores de Jerusalém, que eles fizeram bem pior do que as nações que Deus tinha destruído do meio de Israel, mais que isso, Manassés não deu ouvidos aos profetas e Deus o advertiu várias vezes sobre a maldade de seu coração.

Nada passa batido diante do Senhor, nem o bem e nem o mal e com Manassés não foi diferente. Deus se cansou da maldade do rei e trouxe sobre eles os capitães dos exércitos da Assíria. Jerusalém foi invadida pelo poderoso exército da Assíria, que era a potência dominante da época e Manassés foi preso com ganchos, cadeias e levado para a Babilônia.

Veja como são as coisas, o cidadão pode ser rico, poderoso, cheio de amizades influentes, pode ser até um rei, mas se não andar nos caminhos do Senhor corre o sério risco de perder tudo, de ser preso por qualquer motivo. Teve até um rei que virou boi, foi Nabudonosor e ele só voltou ao normal sete anos depois e isso porque ele reconheceu que a Deus pertence toda glória.

Manassés fez o que era “muitíssimo” mau aos olhos do Senhor e recebeu seu castigo, foi humilhado, preso e deportado do seu reino. No cativeiro na Babilônia, Manassés mudou de atitude, ele se arrependeu amargamente de suas atitudes, de todo o mal que havia praticado e fez uma sincera oração a Deus. O texto bíblico diz: “E ele, angustiado, orou deveras ao SENHOR seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais.”  (2 Crônicas 33:12).

Deus é misericordioso e se arrepende do mal, então Ele ouviu sua oração e restaurou Manassés, ele voltou a Jerusalém e reconheceu que só o Senhor é Deus. Depois de ser restaurado, Manassés edificou o muro de fora de Jerusalém, nomeou capitães de guerra em todas as cidades fortificadas de Judá, tirou da Casa do Senhor os deuses estranhos, como também os altares que havia edificado e jogou tudo fora.

Manassés ordenou a Judá que servisse ao Deus de Israel, porém nem todo o mal praticado pelo rei pôde ser reparado, pois Israel continuou sacrificando a deuses estranhos, apesar de Manassés ter feito sua parte e Deus lhe deu uma nova oportunidade.

O rei Manassés morreu e foi sepultado em sua própria casa, a casa do rei que fez muitíssimo mau aos lhos do Senhor, mas que se arrependeu e foi restaurado. Amom, seu filho, reinou em seu lugar. Mudança de atitude foi a chave para a restauração do rei Manassés. Ele se arrependeu sinceramente de todo o mal praticado, reconheceu o Senhor como o único e verdadeiro Deus e teve seu reino de volta. Deus não resiste a um coração sincero e arrependido, Deus não resiste a uma mudança de atitude. Qualquer que seja seu problema, ele tem solução em Deus, mas vai depender de você, de sua mudança de atitude. Mudar de atitude já é meio caminho andado em direção ao sucesso. Manassés precisou reconhecer como seu Deus o Deus de Israel e esta mudança de posição foi determinante em sua vida. Da mesma forma você precisa reconhecer Jesus como seu único Salvador, esta mudança de atitude vai fazer a diferença em sua vida.

O PODER DO ARREPENDIMENTO

Toda a história de Manassés aponta para a misericórdia de Deus. Até mesmo o nascimento de Manassés aconteceu em meio a um milagre. Em Isaías 38.1-5 nós lemos que o seu pai, Ezequias, havia adoecido de uma enfermidade mortal; contudo, ele orou ao Senhor e Deus lhe concedeu mais 15 anos de vida. E foi exatamente durante esses 15 derradeiros anos de Ezequias que Manassés nasceu. O seu nome muito provavelmente foi dado para fazer menção a esse período da vida de Ezequias. Manassés significa ‘fazendo esquecer-se’. E, certamente, Ezequias, com o nascimento de Manasses, olhou para trás e reconheceu que Deus estava fazendo-o esquecer dos seus períodos de dificuldade, vindos por causa da enfermidade.
Manassés viveu em companhia do seu pai durante doze anos. Durante todo esse período, certamente ele ouviu as muitas histórias que narravam a intervenção de Deus em favor do seu povo. Ele sabia que o seu nascimento só havia sido possível por causa da uma intervenção de Deus, e também que o exército assírio só não havia conseguido conquistar Jerusalém porque Deus impediu que isso acontecesse. Ele conhecia a vida piedosa do seu pai e também todas as bênçãos que o povo de Israel recebia de Deus por causa da fidelidade de Ezequias.
Contudo, Ezequias morreu quando Manassés tinha apenas doze anos de idade, e foi quando ele começou a reinar em Jerusalém. O texto nos diz que Manassés, durante o seu reinado, fez o que era mau perante o Senhor, agindo de maneira oposta a tudo aquilo que o seu pai havia feito. Ezequias havia derrubado os altos de idolatria, e Manassés tornou a edificá-los; tinha destruído os altares aos baalins e os postes-ídolos, e Manassés tornou a levantá-los; havia purificado o Templo de Jerusalém, tirando toda a imundícia, mas Manassés trouxe para o Templo de Jerusalém toda a imundícia. Assim fez Manassés durante praticamente todo o seu período de reinado, andando na contra-mão de seu pai: ele disse ‘não’ a tudo aquilo para que o seu pai havia dito sim, inclusive para Deus.
Apesar de Deus chamá-lo de volta diversas vezes, Manassés não quis dar ouvidos, se endureceu e ficou convenientemente ‘surdo’ à voz de Deus. Então, Deus decidiu falar mais alto. Manassés não queria dar-lhe ouvidos enquanto Deus falava através dos profetas; por isso, Ele decidiu falar através do exército assírio. Os assírios invadiram Jerusalém, prenderam Manassés com ganchos, amarraram-no com cadeias e o levaram à Babilônia. Ali, preso em Babilônia, Manassés se lembrou de Deus, reconheceu o seu erro, se humilhou e orou. E Deus lhe ouviu a oração, fazendo-o voltar para Jerusalém e para o seu reino.
O primeiro aspecto importante dessa história é que Manassés tinha conhecimento de Deus. Em algum momento da sua vida, antes de ter-se desviado, Manassés teve um encontro com Deus. Em II Crônicas 33.12 nós lemos: “Ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor, seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais.” Esse texto não nos diz que alguém pregou para Manassés enquanto ele estava preso, nem que ele teve o seu primeiro encontro com Deus na prisão. Isso nos faz deduzir que, principalmente baseados na frase “suplicou deveras ao Senhor, seu Deus”, em algum instante da sua vida Manassés recebeu conhecimento de Deus. Assim, por algum motivo, Manassés havia se afastado dos caminhos do Senhor. Essa verdade da Escritura é maravilhosa. Ela nos faz saber que é absolutamente possível que aqueles que um dia tiveram um encontro verdadeiro com Deus, ainda que se desviem, voltem para o Pai. As marcas divinas em seus corações queimam até que eles não possam suportar o fogo, e assim elas retornam para Deus. Essas marcas que Deus coloca no coração das pessoas no instante em que elas se convertem não podem ser apagadas.
Em II Crônicas 33.2 nós lemos: “Fez o que era mau perante o Senhor, segundo as abominações dos gentios que o Senhor expulsara de suas possessões diante dos filhos de Israel.” Quando Manassés se desviou, ele não se desviou “mais ou menos”, vivendo ora no Templo e ora na perversidade. Diz o texto que ele se voltou completamente contra Deus. A idéia é de uma franca e deliberada oposição a Deus e a tudo o que agrada a Ele. Manassés errou conhecendo os caminhos de Deus e sabendo o que era o certo. De acordo com II Crônicas 33.6, Manassés “(…) queimou os seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que era mau perante o Senhor, para o provocar à ira.” Manassés queria provocar a Deus, como uma criança que toma determinadas atitudes simplesmente para deixar o pai irado.
Contudo, apesar de toda essa rebelião contra Deus, Deus não se rebelou contra Manassés. O filho desobediente e rebelde não deixa de ser filho, e Manassés não deixou de ser filho amado de Deus. Deus não calou a sua boca para com Manassés: “Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo (…).” (II Crônicas 33.10) Deus jamais deixa de chamar o seu filho rebelde e convidá-lo para voltar para casa. Mas, como ele permaneceu com o seu coração endurecido, Deus precisou gritar e dar uma ‘sacudida’ nele. Manassés não quis voltar a Deus enquanto as pessoas falavam com ele; por isso, Deus criou uma situação de dor para que Manassés abrisse os seus ouvidos e se corrigisse do seu erro. O amor de Deus para com Manassés levou-O a tomar atitudes drásticas para trazer o filho rebelde de volta para casa. A prisão de Manassés não foi um ato de crueldade de Deus, mas um ato de amor. Deus é capaz de fazer qualquer coisa para trazer os seus filhos de volta para casa. Oséias 2.5-20 narra um episódio que fala do amor de Deus para com Israel e as atitudes que Deus tomou para trazer o seu povo de volta para casa.
Em toda essa história, vemos a manifestação da misericórdia de Deus para com aqueles que são seus filhos. Porque Manassés era filho de Deus, Deus fez todo o necessário para arrancá-lo do pecado e para trazê-lo de volta à vida de santidade e de esperança.
ARREPENDIMENTO TARDIO
Mas, tristemente, o arrependimento do próprio Manassés não afetou o coração de seu filho, nem mudou o coração da nação em geral. Os muitos anos de sua perversa influência simplesmente tinham sido demasiadamente fortes para se agarrarem ao povo. A evidência disto é muito clara: quando Manassés morreu, foi dito que “Amom, seu filho, reinou em seu lugar... Fez o que era mau perante o SENHOR, como fizera Manassés, seu pai” (2 Crônicas 33:20-22). Ainda que o próprio Manassés tivesse uma mudança de coração, seu arrependimento tardio na vida não pôde desfazer todo o terrível dano já causado pelo seu envolvimento anterior com depravada impiedade.Não há, nisto tudo, uma lição para nós? Há, com toda certeza! Quando decidirmos passar uma boa porção da nossa vida perseguindo ativamente feitos perversos e licenciosos, não fiquemos surpresos se isso afetar tragicamente outros em volta de nós. Nossa recusa a fazer o bem influenciará outros, incluindo nossa própria família! E ainda que possamos nos arrepender tardiamente na vida, não poderemos desfazer o dano que já causamos! Sim, alguém poderá seguir nossos passos e afastar-se de seus pecados também. Mas centenas de outros jamais sequer saberão de nosso arrependimento e quase certamente nunca mudarão. E, quão partido nosso coração estará, se algumas das perdas forem de membros de nossa família, talvez até nossos próprios filhos! Agora é hora de pôr ponto final em qualquer má influência que possamos ter sobre outros. Tardio na vida pode ser tarde demais!


FONTES DE PESQUISA

https//www.estudosdabiblia.net/2002312.htm
https://estudos.gospelmais.com.br/manasses.html
http://sombradoonipotente.blogspot.com/2013/06/a-historia-do-rei-manasses.html

Comentários

  1. que linda pregação, muito edificante que Deus continue te dando sabedoria Deus te abençoe 🙌

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário!

Postagens mais visitadas deste blog

Lição 04 - O Espírito Santo na Antiga Aliança

Lição 13 - Qual é o Seu Legado?