Lição 13 - O Poder Tirânico da Indústria Cultural


"Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus" - I Coríntios 10.31


CONSUMO X CONSUMISMO


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"Então disse o Senhor a Moisés: Eis que vos farei chover pão do céu; e sairá o povo e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu prove se anda em minha lei ou não (...) Isto é o que o Senhor ordenou: Colhei dele cada um conforme o que puder comer, um gômer para cada cabeça, segundo o número de pessoas; cada um tomará para os que se acharem na sua tenda" (Ex 16: 4 e 16).   

Vivemos a era do instantâneo, do digital, do Marketing sedutor, da globalização, da Tecnologia (novo nome da antiga Ciência) e do descartável. As coisas são feitas para durar pouco, até para que possamos ter a oportunidade de trocá-las quando nos cansarmos delas. Ou seja, ao nosso bel-prazer.  Propagandas criativas pipocam diante de nossos olhos, sejam na Tv, Outdoors, revistas, jornais e até em muros. Tudo isso para que nós pensemos 24 h sobre o produto e cheguemos à conclusão de que não podemos viver sem eles.  Há algumas declarações da Palavra de Deus que fazemos questão de cumprir: "Os céus são os céus do Senhor, mas a terra deu-a ele aos filhos dos homens" (Sl 115: 16). Se o próprio Deus deu toda a terra para mim, porque não usufruir ao máximo dela?   Outras declarações já não nos parecem tão interessantes, como: "Mas buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6: 33).  Deus nunca foi contra os seus filhos possuírem boas coisas. Sua Palavra está cheia de promessas nesse sentido. Jesus Cristo disse: "Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem" (Mt 7: 11) . É de Sua vontade que todos os seus filhos sejam prósperos, mas não cobiçosos!  

Muitos confundem os conceitos de consumo e consumismo, pelo fato de uma palavra derivar da outra. Mas ambas não possuem o mesmo significado. Consumo é quando faço uso daquilo que é necessário para a minha sobrevivência, sem faltar, nem sobrar. Consumismo é quando adquiro além do que é necessário para a minha vida, muitas vezes de maneira desenfreada e por impulso; em geral o produto é logo descartado quando satisfeito o desejo inicial da posse. Quando Deus enviou o Maná no deserto, Ele deixou regras para que fossem cumpridas pelos filhos de Israel. Não se poderia colher o pão de qualquer maneira e na quantidade que quisessem.  Deveriam ser colhidos o necessário para cada dia e pelo número de moradores de cada tenda. Nem mais, nem menos. Jesus Cristo quando ensinava a parábola do rico insensato advertiu aos ouvintes: "E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui" (Lc 12: 15).  Os homens estão medindo uns aos outros pelo que tem, não pelo que são.   Ao invés  da  frase "penso,  logo existo",  é  "tenho, logo existo". Há uma inversão de valores em nossa sociedade; mas, muitas das vezes, tem chegado esse pensamento às nossas igrejas, onde podemos perceber "Mauricinhos" e "Patricinhas" desfilando a última tendência da moda, adquirida numa loja de grife ou portando um novo celular de última geração. Confunde-se consumismo com prosperidade.A concupiscência dos olhos (desejo desenfreado) tem sido a causa do consumismo que cresce a cada dia. O mundo oferece tantas coisas aprazíveis e interessantes, que fica difícil resistir ao impulso da compra. "Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre"   (1 Jo 2: 16 e17). É necessário submeter-se ao domínio do Espírito Santo para não ser dominado pelo espírito do consumismo, que, infelizmente, tem seduzido muitos filhos de Deus, levando-os ao acúmulo de dívidas. Alguns acabam até culpando a Deus, acusando-O de não cumprir Suas promessas  em suas vidas, já que são dizimistas e ofertantes.  Não há planejamento que resista a compras desnecessárias, por impulso; apenas porque estavam em liquidação. Ou nos tornamos consumidores conscientes e responsáveis, ou iremos a "bancarrota". Os filhos de Deus precisam "andar pelo Espírito, e não haverão de  cumprir a cobiça da carne" (Gl 5:16). Também se faz necessário buscar todo o Fruto do Espírito, incluindo o domínio Próprio (Gl 5: 23). Uma das qualificações mais necessárias aos filhos de Deus nesses últimos tempos é a sabedoria. Busca-se com afinco o conhecimento humano, o que é louvável, mas este não é suficiente para enfrentarmos as lutas cotidianas, tanto no campo natural, quanto no espiritual. Assim diz  Ec 8: 5:  
"Quem guardar o mandamento não experimentará nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o modo".Em Tiago 1: 5, lemos: "E, se alguém tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente". Se não fosse necessária não constaria na Bíblia. Tudo de que precisamos está contido Nela.     Quem tem sabedoria é diligente; faz as coisas de maneira bem ordenada, planejada. Assim, obtém sucesso em seus projetos, lucra, prospera, tem para repartir. Sua vida torna-se um bom testemunho para o Reino de Deus, e Ele o exalta:  "Viste um homem diligente na sua obra? Perante reis será posto; não será posto perante os de baixa sorte" (Pv 22: 29).     

O EVANGELHO SECULAR

O consumismo é o evangelho atual que é oferecido pelo secularismo ao mundo. Chamamos o consumismo de evangelho secular porque ele finge conter as boas-novas de grande alegria para as pessoas – bem, pelo menos para as prósperas. Ele faz uma promessa de felicidade por meio da aquisição de bens materiais e atividades que se concentra, principalmente, no prazer que as pessoas sentem quando põem em prática a escolha pessoal.
As pessoas sempre gostaram de adquirir bens e sempre houve uma tendência de se viver para o mundo material em vez de se viver para Deus. Se temos “bens” suficientes, nos sentimos seguros e até autossuficientes. Todavia nem mesmo o rico insensato na parábola de Jesus em Lucas 12 teve a infinidade de opções com a qual nos deparamos em nossa sociedade sobre onde podemos gastar o nosso dinheiro.
Gostamos deste poder de compra e escolha. Possuir é ter poder. No entanto, há muita coisa além disso que está em questão. Com o crescimento populacional e uma vez que o número de pessoas se dirigindo para os grandes centros urbanos aumenta, a vida torna-se cada vez mais anônima. A comunidade dos bairros, onde todos se conheciam e se aceitavam, já é coisa do passado. As pessoas já não se reconhecem como antes. Nesta sociedade anônima, a escolha pessoal de roupas, música ou cardápio, etc. é uma forma de autoafirmação. É uma forma de se expressar.
Esta ênfase na escolha pessoal e na afirmação de “quem eu sou” adapta-se perfeitamente à mentalidade pós-moderna contemporânea do subjetivismo, onde a única verdade é a “sua verdade”.
Como cristãos, podemos ver que o materialismo e o egoísmo são formas de idolatria. Entretanto, é preciso cuidado para não irmos além do normal. Pensar que o mundo material é, por natureza, mau é uma forma de heresia gnóstica que vemos ser condenada pela Bíblia (1Tm 4.3- 5). O mundo material não é mau em si mesmo. Deus criou o mundo e se fez carne, assumindo a forma humana em Jesus Cristo (1Tm. 3.16). Além disso, a última etapa de nossa redenção inclui a ressurreição do corpo e a renovação do universo material (Rm 8.22-25).
Contudo, embora não devamos ultrapassar o normal nem condenar a criação física de Deus contra o materialismo e o consumismo, cremos, como cristãos, que só podemos utilizar o mundo material adequadamente uma vez que ele nos leva a agradecer a Deus e a direcionar a nossa vida para uma adoração sincera do Criador (1Tm 4.4). Isto não acontece de forma natural com os pecadores.
 A TELEVISÃO  O PROFETA DO CONSUMISMO
Marshall McLuhan foi o grande mestre da sociologia dos anos de 1960. Ele dizia que “o meio é a mensagem”. Em outras palavras, o meio pelo qual nos é comunicada a mensagem já é uma mensagem em si. Podemos entender isto simplesmente pensando no discurso como um meio de comunicação. Nossas palavras formam a mensagem, mas a nossa entonação é o meio pelo qual a mensagem é transmitida. Todos nós sabemos que podemos mudar completamente o significado de um conjunto de palavras faladas simplesmente alterando a entonação na qual elas são expressas.
Desta mesma forma, a televisão, que hoje ocupa grande parte da vida diária do mundo desenvolvido, tem mensagens em si só pelo fato de ser a mídia que é. Além do conteúdo de um programa, há idéias que a própria televisão transmite. Podemos resumir algumas das mensagens mais importantes da seguinte forma:
– A televisão é visual – sua mensagem é: “O que você vê é o que é verdade”, implicando que a realidade material é tudo que existe.
– A televisão é instantânea – ela capta nossa atenção. A única coisa que importa é o agora. Se estamos assistindo a um programa, nossa capacidade de reflexão interior está temporariamente paralisada.
– A televisão é distante – embora vejamos as coisas na televisão, as coisas que vemos não podem nos atingir diretamente. As pessoas podem morrer de fome ou ir para os ares, mas isso não acontece conosco. Isto ofusca nossa sensibilidade moral.
– A televisão é entretenimento – ela enche nossos olhos de coisas prazerosas. Agradar o espectador é a coisa mais importante. A idéia de que a vida tem a ver com prazer nos é sutilmente comunicada.
– A televisão é opcional – ela oferece uma diversidade de programas e canais que podem ser assistidos, coloca um controle remoto em nossas mãos e, na verdade, diz: “É você quem escolhe”.
Podemos ver que a televisão leva as mensagens básicas do consumismo. É materialista no sentido em que nos diz que a realidade consiste no que vemos. Ela nos diz que divertir-se agora, e não preocupar-se com os princípios morais, é a coisa mais importante da vida. Auxilia a satisfazer a ideia de que a escolha pessoal vem antes de qualquer coisa. Todos os dias, então, as pessoas são evangelizadas pelo consumismo. Mesmo desconsiderando as propagandas, a televisão prega para as pessoas, da forma mais divertida e fascinante, as doutrinas básicas do consumismo. Tanto ricos quanto pobres se alimentam deste evangelho, que a cada dia entra direto em suas casas.
COMO O CONSUMISMO AFETA O INDIVÍDUO
À medida que esta mensagem do consumismo se espalha por todo o mundo, pessoas são atingidas por ela. Ela molda o modo de pensar e tomar decisões das pessoas. Os ideais do consumismo determinam as prioridades na vida da maioria das pessoas. Veja algumas formas pelas quais os indivíduos são afetados.
Nossa visão de mundo. As pessoas são levadas a definir suas prioridades levando em consideração apenas esta vida. Assuntos sobre a eternidade e a espiritualidade de cada indivíduo não são tão importantes para as pessoas quando elas são massacradas pelas propagandas materialistas do consumismo.
Nossos Valores. Muitos dos valores visíveis da cultura de consumo explicitamente descartam virtudes cristãs. Sabemos que entre os frutos do Espírito está o domínio próprio (Gl 5.22-23). No entanto, a marca distintiva da sociedade do cartão de crédito diz: “Por que esperar? Compre o que você quer agora!” Mais uma vez, negar-se a si mesmo faz parte do discipulado do cristão.
Nossos objetivos. O teólogo David Wells mostrou recentemente que, enquanto havia uma preocupação em desenvolver o caráter humano nos séculos passados, a nossa sociedade se preocupa em desenvolver a personalidade.[1] Qual é a diferença? O caráter é uma disposição interior de amar o que é bom, sendo que o “bom” é definido em termos absolutos pela natureza e pela vontade de Deus. Agora, as pessoas estão muito mais atraídas pela idéia de sentir-se bem consigo mesmas e se tornar personalidades “interessantes”, “modernas” ou “divertidas”. O foco não está mais na vida interior, mas na vida exterior.
Nossa identidade. Vivemos em uma sociedade em que a identidade é vista como algo muito variável. De certo modo, podemos escolher a nossa identidade. Tudo o que devemos fazer é comprar os símbolos certos de status. Contudo, isto significa que a identidade pessoal está sendo desvalorizada. Não passa de uma imagem. Consequentemente, as pessoas hoje têm dificuldade em saber quem realmente são. Além disso, uma vez que a identidade é algo flexível, não há qualquer relação entre o que afirmamos ser e o comportamento moral que se espera de nós. Isso deturpa o discipulado cristão sério.
COMO O CONSUMISMO AFETA A IGREJA
A cultura de consumo não apenas modela nosso modo de pensar e agir como indivíduos, mas também, uma vez que a igreja é formada por indivíduos, começará a influenciar a igreja, se seus membros forem influenciados. Desta forma, em vez de a Palavra de Deus reger a igreja, as doutrinas do consumismo é que começam a fazê-lo. Eis aqui algumas áreas onde isto pode acontecer.
Nossa mensagem. O evangelho descrito na Bíblia é a mensagem que a igreja deve levar ao mundo. Este evangelho, fundamentalmente, constitui as boas-novas pertinentes ao perdão dos pecados diante de um Deus santo, por meio do Senhor Jesus Cristo e de sua cruz. Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores (1Tm 1.15). Esta mensagem compreende a estrutura dos princípios morais centrados em Deus para o mundo e define o que é “bom” em termos de moral. A cultura do consumismo desenvolveu-se em uma sociedade incrédula/secular que abandonou as categorias da moral absoluta. Há, conseqüentemente, uma grande pressão sobre os pastores para que mudem a mensagem da igreja, reformulando-a de acordo com os termos centrados no homem. É uma mensagem que encara o homem como uma vítima, em vez de um agente do pecado que precisa arrepender-se. Por fim, esta é a mentalidade na qual o próprio Deus é visto como um item de consumo, que é arrancado do armário quando nos sentimos feridos ou necessitados e guardado novamente quando não mais precisamos dele.
Nossa comunidade. O consumismo é muito individualista. Tudo gira em torno da aquisição de coisas. Possuir bens é ter poder como indivíduo. O consumismo também se refere às nossas escolhas pessoais. Concentra-se no “eu”. Em contrapartida, Deus nos convida para que deixemos o isolamento do individualismo e façamos parte de sua família, a igreja. Ele quer que participemos e nos envolvamos com outras pessoas. Ele quer que exercitemos nossos dons para o bem de todos (1Co 12.5). Aqui, mais uma vez, a atitude básica do consumismo está em conflito com a vontade revelada de Deus.
Nosso compromisso. O consumismo desenvolve-se na escolha pessoal e, portanto, em um mundo consumista onde a idéia de “manter suas opções em aberto” torna-se uma virtude. Entretanto, quando deixamos que nossas opções em aberto se tornem um estado constante da mente, o compromisso e a perseverança inevitavelmente morrem. Deixar nossas opções em aberto é o mesmo que ficar sempre em cima do muro. Quando esta postura atinge os cristãos, as igrejas são usadas como um tipo de supermercado espiritual, para onde corremos para satisfazer nossas necessidades pessoais, mas é só nisso que estamos interessados. Estamos lá para receber, e não para oferecer. Muitas vezes, quando as coisas ficam difíceis na igreja, as pessoas desistem e vão “procurar satisfazer suas necessidades” em outro lugar. Esta não é a visão da igreja que encontramos no Novo Testamento. É óbvio que precisamos optar por uma igreja, mas, feito isto, devemos permanecer nela e nos envolver em amor com a família de Deus.
Nossa adoração. A característica distintiva de nossa sociedade de consumo é determinada pela televisão e pela preocupação pós-moderna com a imagem e não com o conteúdo. Juntas, estas são influências poderosas que levam até os cristãos a se preocuparem mais com a aparência das coisas do que com o que elas realmente são. Em particular, é fácil para os cristãos ver a igreja como parte de um palco de teatro do que um lugar de verdadeiro compromisso com Deus.
POR QUE O CONSUMISMO É UMA DECEPÇÃO
Há apenas um evangelho verdadeiro. São as boas-novas do Filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo, que morreu para que fôssemos perdoados e tivéssemos vida eterna. Embora não haja nada errado com os bens materiais em si, aproximar-se deles tendo como motivação o consumismo é uma mentira idolátrica. As nações estão sendo enganadas.
Enganar as pessoas. O consumismo reduz a quase nada a importância de Deus, dos valores morais, dos desejos puros e da busca do caráter espiritual. Ele enfatiza que a felicidade pessoal é a única coisa que importa na vida. E Bíblia, por sua vez, deve ser relegada ao último plano na lista de itens que devem moldar a nossa vida. Contudo, somos seres morais, feitos à imagem de Deus, quer reconheçamos isto ou não. Por isso, não podemos ficar em paz com nós mesmos ignorando esta área de nossa vida. Não podemos ter paz suplantando a consciência ou ignorando Deus.
Coisas materiais, ainda que boas, não podem satisfazer a nossa alma. Há um vazio espiritual no coração de homens e mulheres sem Deus que nenhum bem ou riqueza pode preencher. O rei Salomão nos adverte quando escreve: “Todas as coisas são canseiras tais, que ninguém as pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem se enchem os ouvidos de ouvir” (Ec 1.8). Jesus disse: “Não só de pão viverá o homem” (Mt. 4.4).
Mas o consumismo engana o mundo indo além disto. O consumismo faz com que as pessoas se concentrem no aqui e no agora e se esqueçam de Deus e da eternidade. As palavras de Jesus ainda são verdadeiras: “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc 8.36).
Uma sociedade que engana. O estilo de vida consumista e as indústrias que o sustentam acabam com os recursos da terra de forma alarmante. Estamos vivendo no paraíso dos tolos se pensamos que a terra poderá suportar para sempre este estilo de vida tecnologicamente avançado, descartável e centrado no prazer. O consumismo ostensivo não é uma forma sustentável de vida para o mundo.
Diante das decepções da sociedade de consumo, o apóstolo Paulo faz com que nos voltemos para Deus (1Tm. 6.9,10). O estilo de vida do cristão deve ser caracterizado por caminhos melhores que levem a coisas melhores. “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento” (1Tm. 6.6). Este foi o conselho sábio de Deus para seus filhos do século 1° da era cristã. Ainda é o conselho sábio de Deus para nós hoje.
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O CRISTÃO E AS REDES SOCIAIS

Como um cristão deve usar suas redes sociais? Esta é a pergunta de muita gente. Na verdade este assunto deve ser discutido e ensinado nas comunidades cristãs. É cada vez mais comum perceber um despreparo de muitos cristãos no uso de suas redes sociais.
Alguns se mostram incapacitados de se posicionarem nas redes sociais de acordo com as verdades fundamentais da fé cristã; enquanto outros simplesmente acabam por envergonhar a Igreja de Cristo e trazer prejuízos ao Evangelho através da internet.

O que são as redes sociais?

As redes sociais digitais são aplicações que operam através da internet e que tem como finalidade conectar pessoas e organizações. A internet teve origem no século passado e se desenvolveu muito a partir do início deste século.
Então foram nos últimos quinze anos que as principais redes sociais se propagaram grandemente. Essa propagação ganhou ainda mais força com o crescimento das tecnologias mobile. Hoje a maior parte dos acessos à internet é proveniente de aparelhos portáteis como telefones, tablets e até relógios.
As principais redes sociais da atualidade são: Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e Linkedin. Também podem ser incluídas nesse grupo as aplicações de comunicação instantânea, como o Whastaap.
As redes sociais proporcionam muitos benefícios. Através delas é possível criar novas amizades; vencer as limitações de distância e interagir com pessoas que estão longe; promover um intercâmbio cultural com pessoas de diferentes culturas e nações; expandir relacionamentos profissionais; ter acesso a materiais de estudo; divulgar instantaneamente uma determinada mensagem; etc.
Mas ao mesmo tempo em que as redes sociais permitem tantos benefícios, elas também trazem vários perigos e malefícios. As redes sociais podem desencadear problemas psicológicos e contribuir para quadros depressivos; podem promover um isolamento social; podem criar uma percepção distorcida da realidade; podem gerar relacionamentos superficiais; podem promover o relativismo dos fundamentos éticos e morais; podem propagar o ódio e fomentar rivalidades e discussões; etc.

A BÍBLIA E AS REDES SOCIAIS

Obviamente a Bíblia não fala absolutamente nada sobre as redes sociais. Isto porque as redes sociais fazem parte de um contexto moderno que surgiu com o avanço da tecnologia.
Mas a contemporaneidade das redes sociais não significa que a não existam diretrizes bíblicas que regulamentam seu uso. Teoricamente o principal objetivo das redes sociais é possibilitar a construção, manutenção e ampliação de relacionamentos interpessoais, e a Bíblia tem muito a dizer sobre relacionamentos.
A Palavra de Deus não deixa dúvida de que o homem foi criado para viver em sociedade, ou seja, para construir relacionamentos sociais. Logo após criar Adão, Deus declarou que não era bom que o homem vivesse só. Então Ele lhe preparou uma auxiliadora. Isso mostra que o casamento/família foi a primeira esfera de relacionamento social que aparece na Bíblia (Gênesis 2:18).
Deus também ordenou que a família humana crescesse. O primeiro casal recebeu a ordem de se multiplicar e povoar a terra. Tão logo Deus expressou sua vontade acerca de como o homem deveria se relacionar, tanto com Ele quanto com seu próximo. Os Dez Mandamentos, por exemplo, apareceram como uma síntese clara do padrão moral de Deus sobre isto.
Portanto, a mesma regulamentação bíblica acerca dos relacionamentos em geral também se aplica aos relacionamentos virtuais. Por exemplo: o nono mandamento proíbe o falso testemunho contra o próximo, e é claro que essa proibição também se aplica ao que é dito nas redes sociais.

COMO O CRISTÃO DEVE USAR AS REDES SOCIAIS?

Com base em alguns princípios da Palavra de Deus, podemos destacar alguns pontos que devem ser observados pelos cristãos no uso de suas redes sociais. Em primeiro lugar, o cristão precisa saber que tudo o que ele faz deve ser feito para a glória de Deus, inclusive seu uso das redes sociais. Todos os cristãos deveriam refletir se Deus está sendo glorificado através de seu perfil e de suas interações nas redes sociais.
Em segundo lugar, o cristão jamais deve deixar que as redes sociais prejudiquem seu relacionamento com Deus. O pastor John Piper diz algo interessante sobre isso. Ele fala que uma das maiores utilidades das redes sociais será provar no dia do juízo que a falta de oração não era por falta de tempo.
Em terceiro lugar, diretamente ligado ao ponto anterior está também a necessidade de controle no uso das redes sociais. Muita gente tem tido muitos prejuízos emocionais, profissionais e até espirituais por causa da falta de temperança no uso das redes sociais. Algumas pessoas não conseguem se desligar de suas redes sociais nem mesmo na hora do culto!
Em quarto lugar, o cristão deve saber o compartilhar e o que não compartilhar. Sem dúvida as redes sociais apresentam uma ótima oportunidade para a evangelização através do compartilhamento do Evangelho. Mas também elas fornecem muitas facilidades para divulgar aquilo que afronta a Palavra de Deus.
Muitos que se dizem cristãos postam e compartilham conteúdo imoral. Outros escrevem e usam um linguajar estranho aos seguidores de Cristo. Eles falam palavrões, discutem, amaldiçoam e compartilham conversas imorais. Mas eles se esquecem de que Deus pedirá conta de toda palavra frívola que sai dos lábios do homem e, neste contexto, dos teclados de computadores e smartphones (Mateus 12:34-36; cf. Efésios 4:29; 5:4).
Em quinto lugar, o cristão deve tomar cuidado para não expor sua privacidade e a privacidade de sua família nas redes sociais. Especialistas da área de segurança da informação advertem para os perigos de informar a estranhos aquilo que acontece na intimidade de seu círculo familiar.
Em sexto lugar, o cristão deve ter sabedoria para saber se posicionar em determinadas situações nas redes sociais. Ele deve estar ciente que nas redes sociais ele está sujeito a críticas, provações e comentários desagradáveis.
No contexto evangélico, por exemplo, há muitas discussões acerca de certos pontos teológicos. É triste ver a facilidade com que a ira toma conta de alguns cristãos que se digladiam uns com os outros. É comum encontrar crentes que leram apenas um pequeno artigo teológico, mas se acham doutores em teologia. O objetivo dessas pessoas geralmente não é mostrar a verdade da Palavra de Deus, mas mostrar o quanto eles sabem mais do que os outros.

ÉTICA CRISTÃ E AS REDES SOCIAIS

ética cristã sempre estará pautada nas Escrituras e buscará nelas os princípios que norteiam a vida do homem em sociedade. Jesus diz que seus seguidores devem ser sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:13,14).
apóstolo Pedro escreve que o cristão foi escolhido para anunciar as grandezas daquele que chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1 Pedro 2:9). O mesmo apóstolo também indica que o cristão deve ser caracterizado por sua boa conduta (1 Pedro 2:12).
Portanto, o cristão deve usar suas redes sociais de acordo com os limites estabelecidos pela Palavra de Deus. Aqui também podemos recordar como o apóstolo Paulo corrigiu o argumento dos cristãos de Corinto que alegavam poder fazer tudo o que quisessem. Ele escreve: Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são permitidas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1 Coríntios 6:12).
SETE DESAFIOS DAS REDES SOCIAIS PARA OS CRISTÃOS
1) Domínio próprio, para não desperdiçar tempo demais com as mídias sociais;As mídias sociais trazem vários desafios para aqueles cristãos que as utilizam. O desafio maior é manter estas posturas:
2) Uma mente pura, para não se deleitar e nem compartilhar notícias, vídeos, postagens, e fotos que promovem a impureza;
3) Sensatez, para não dar crédito a tudo que lê e vê – há muita desinformação e notícias falsas propositadamente plantados nestas redes de relacionamentos;
4) Sobriedade, para não desnudar sua vida e de sua família em público, trazendo online para dentro de sua casa e de sua intimidade pessoas que você não conhece;
5) Paciência para lidar com comentários, opiniões e criticas de pessoas que não têm educação, bom senso, mancômetro ou qualquer condição de manter um diálogo ou participar de um debate de forma inteligente e cortês.
6) Sabedoria, para não se precipitar em responder e reagir à provocações. Não há fim pacífico para brigas compradas com insensatos e contenciosos.
7) Humildade para entender que apesar do livre acesso à internet permitir que todos escrevam textos e comentem o que quiserem, que isto não faz de você um teólogo, um bom escritor ou um sábio em seus pronunciamentos.

FONTES DE PESQUISA
https://guiame.com.br/colunistas/monica-valentim/consumo-x-consumismo-o-que-a-biblia-diz-a-respeito.html 

http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/consumismo-o-culto-ao-escolher-e-ter/

https://estiloadoracao.com/o-cristao-e-as-redes-sociais/

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